Cada vez mais a expectativa de vida brasileira aumenta e, conseqüentemente, a necessidade de fazer atividades físicas, a fim de manter uma vida longa, plena e livre de doenças. No entanto, especialistas concluíram que a prevalência de sedentarismo ainda é elevada no Sul e no Nordeste: 31,8% dos adultos e 58% dos idosos dessas regiões não praticam atividades físicas. O estudo, feito por pesquisadores das universidades Federal e Católica de Pelotas (RS) e foi publicado na edição de janeiro do periódico científico Cadernos de Saúde Pública, da Fiocruz.
"No Brasil, o sedentarismo apresenta alta prevalência causando custos elevados, tanto diretos quanto indiretos, para o sistema de saúde", afirmam os estudiosos. "Diminuir o sedentarismo e promover estilos de vida mais saudáveis, com a participação da atenção básica à saúde e de seus profissionais, pode representar um grande impacto na melhoria dos índices de saúde populacional e nos custos relacionados à gestão dos serviços".
Para a pesquisa, foram avaliados 4.060 adultos (de 30 a 64 anos) e 4.003 idosos (65 anos ou mais) de 41 municípios de 100 mil ou mais habitantes em seis Estados, três de cada região. A análise levou em conta os exercícios realizados no tempo de lazer, no deslocamento de um lugar para outro, nos serviços domésticos e em atividades ocupacionais. Os estudiosos consideraram que 150 minutos de atividades ou menos por semana atribuíam ao indivíduo a classificação de sedentário.
A pesquisa verificou que a falta de exercícios físicos foi significativamente mais freqüente entre os homens, em comparação às mulheres, sendo as diferenças marcantes entre os adultos e de pequena magnitude entre os idosos. Baixa renda familiar constituiu fator de risco para o sedentarismo em adultos e idosos. A escolaridade foi observada como aspecto determinante somente entre a terceira idade.
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Os pesquisadores explicam que, embora as pessoas tenham consciência da importância de fazer exercícios com regularidade, a prescrição de atividades físicas em unidades básicas de saúde ainda é insuficiente para promover mudanças comportamentais ligadas à prática. "São necessários projetos e ações estruturadas e participativas entre os profissionais e população, além de investimentos por parte da atenção básica brasileira, com objetivo de qualificar e reorganizar o sistema, para melhor atender a população, promovendo a saúde desta no que refere à prática de atividade física e a conseqüente diminuição do sedentarismo", concluem.
As informações são da Agência Fiocruz.