A Vara da Infância e Juventude de King County, em Seattle, indiciou duas pré-adolescentes de 11 e 12 anos de idade por usar a senha de uma colega e postar imagens de conteúdo sexual explícito na sua página de relacionamentos Facebook.
Em um caso que, para as autoridades, ilustra o uso da internet como ferramenta para perpetrar o bullying entre os jovens, as duas meninas hackearam o perfil da vítima, postaram imagens de sexo explícito na página e enviaram mensagens a garotos propondo encontros sexuais.
Desafiando os próprios temores, a vítima, Leslie Cole, também de 12 anos, decidiu sair a público para denunciar o bullying cometido pela internet. As duas acusadas não foram identificadas.
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De acordo com os registros do processo, as três meninas eram colegas da mesma escola do subúrbio de Seattle, Issaquah.
Depois de uma briga, as ex-amigas encontraram a senha do Facebook de Leslie arquivada em um computador e resolveram dar início ao assédio.
Com acesso irrestrito ao site, elas colocaram fotos grosseiras e de conteúdo sexual explícito no site da ex-amiga e enviaram mensagens para garotos com ofertas de sexo.
Além disso, incluíram balões de diálogo com os dizeres "Sou uma vagabunda" nas fotos.
Identificadas, as agressoras podem ser condenadas a até 30 dias de detenção em um centro juvenil.
'Magoada'
"Fiquei magoada e com muita raiva", disse Leslie Cole à TV local KVAL. "Simplesmente não consegui me controlar nem dormir. Eu só chorava todo o dia."
A menina contou as ameaças aos pais que, por sua vez, procuraram as autoridades.
Inicialmente, disse a família, os policiais que receberam a queixa inicial queriam descartar o caso como uma "briguinha de criança", mas no fim concordaram em agir.
Acredita-se que as duas meninas são as mais jovens acusadas no condado a serem autuadas por assédio e bullying online.
Como, segundo as leis do estado de Washington, crianças entre 8 e 11 anos não podem ser acusadas de cometer crimes, a Justiça terá de determinar neste caso se a acusada mais jovem pode ser incriminada.
Dependendo da avaliação, na semana que vem, a jovem será julgada no dia 10 de maio junto com a outra acusada.
"O caso revela o lado obscuro do uso de sites de mídia social pelos jovens", disse, em comunicado, o promotor de King County, Dan Satterberg.
"Muitos jovens acham que nos sites de mídia sociais as suas ações serão anônimas e que eles estão de mãos livres para usá-los como arma para bullying, assédio e intimidação", afirmou.
"Este caso demonstra que assumir a identidade de outra pessoa na internet com a intenção de atormentá-la e submetê-la ao assédio é crime."