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Destituído

Lugo instaura governo paralelo no Paraguai

Agência Brasil
25 jun 2012 às 13:50

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Destituído do poder há três dias, Fernando Lugo, ex-presidente do Paraguai, instaurou hoje (25) um governo paralelo batizado por ele como Gabinete de Restauração da Democracia, cuja sede é a sua casa, em Lambaré, nos arredores de Assunção, capital paraguaia. Lugo disse que seus ministros vão fiscalizar a equipe do atual presidente paraguaio, Federico Franco.

"Os ministros [do governo paralelo] se converterão em fiscais e vão monitorar todas as instâncias do governo [de Federico Franco]", disse Lugo, em entrevista coletiva, concedida depois da primeira reunião do governo paralelo marcada para começar às 6h. Duas horas depois, Franco empossou os novos ministros do seu governo.

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Participaram da reunião ex-ministros, ex-colaboradores e alguns parlamentares. Paralelamente, senadores e deputados aliados do ex-presidente articulam uma ação para reverter o atual quadro político paraguaio na tentativa de que Lugo tenha condições de voltar ao poder. Mas analistas políticos do país consideram a hipótese pouco provável.

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Ao ser perguntado sobre a suspensão do Paraguai do Mercosul, Lugo disse que quer ter espaço na cúpula do bloco, nos dias 28 e 29, em Mendoza, na Argentina, para sua defesa. Ele lembrou que o ex-presidente Manuel Zelaya, de Honduras, obteve espaço na comunidade internacional, quando foi destituído do poder, em 2009.


Para o Mercosul e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), o processo de impeachment contra Lugo, concluído na sexta-feira (22), transcorreu sem espaço para a ampla defesa do ex-presidente, ameaçando a democracia e instituições do país. Lugo reiterou o argumento, destacando que não lhe deram condições para se defender. O processo de impeachment foi concluído em 24 horas.

Perguntado se aceita o convite de Franco para ser uma espécie de mediador nas negociações internacionais do Paraguai com o restante do mundo, Lugo demonstrou indignação com a proposta. "Federico Franco não tem autoridade como presidente para isso", disse, recusando-se a chamar o atual chefe de Estado de presidente.


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