Segundo a BBC Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ajuda do governo brasileiro ao líder colombiano Alvaro Uribe para tentar libertar os reféns mantidos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A informação foi divulgada pelo assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, logo após café da manhã entre os dois líderes na embaixada do Brasil, em Buenos Aires, nesta segunda-feira.
"O presidente Lula reiterou que tudo o que o governo colombiano considerar que o Brasil possa fazer para se lograr o acordo humanitário que permita a libertação dos reféns - e, inclusive, mais adiante uma negociação de paz -, o governo brasileiro está disposto a fazer", disse Garcia.
Garcia destacou que a ajuda brasileira seria feita "sem grandes ruídos". "Ou se faz uma gestão discreta ou não se faz", disse. "E essas questões não podem ser resolvidas à margem do governo colombiano", completou.
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O assessor negou, quando perguntado, se estava se referindo ao presidente venezuelano Hugo Chávez e se a gestão da Venezuela tinha "fracassado" por não ter sido "discreta" no caso.
Para Garcia, a "mediação" entre Chávez e as Farc está "concluída", apesar dos apelos da família da ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt, seqüestrada há quase seis anos, para que o líder venezuelano retome seu papel de negociador.
Sarkozy
Garcia acrescentou que Lula recebeu uma carta do presidente francês, Nicolas Sarkozy, pedindo apoio do Brasil na questão "estratégica" que tem o objetivo de libertar os reféns. Mas Garcia não disse qual será a resposta do presidente Lula, insistindo que qualquer iniciativa brasileira será de comum acordo com o governo colombiano.
À saída do encontro com Lula, Uribe limitou-se a afirmar que falou sobre as Farc com o presidente brasileiro, mas com "toda a prudência que o assunto requer".
Os dois presidentes conversaram ainda sobre o déficit na balança comercial entre os dois países.
Segundo Garcia, Lula sugeriu aumentar investimentos brasileiros, como da Petrobras, no território colombiano para compensar a diferença comercial.