O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta quarta-feira em Lisboa, ao ser indagado por jornalistas, o ultimato dado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para que se ratifique a entrada do seu país no Mercosul. Ele reiterou a importância da parceria com o país vizinho e disse que quer conversar logo com Chávez para saber o que está acontecendo.
Lula afirmou ser importante a entrada da Venezuela, assim como a de outros países da América do Sul no bloco econômico, mas ressalvou que essa é uma decisão da Venezuela. "Para entrar tem que ter as regras, para sair não tem regras. Se não quiser ficar, não fica", disse.
"Uma relação entre dois Estados se dá com muita conversa. Eu imaginava que eu iria conversar com Chávez no Paraguai, mas ele não foi porque tinha compromisso no exterior", afirmou ele. "No entanto, não vai faltar oportunidade para eu conversar com o Chávez e saber o que está acontecendo, porque nós queremos não apenas a Venezuela (no Mercosul)."
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"Queremos a Venezuela, o Equador, a Bolívia, a Colômbia, o Peru. Nós queremos todo mundo no Mercosul, até porque nos achamos que é vantajoso para esses paises participarem do Mercosul", explicou Lula. "Mas como eu, além de ser chefe de Estado brasileiro, e o Chávez, além de ser chefe de Estado venezuelano e nos sermos amigos, podem ficar certos que não faltará momento e nem oportunidade para uma prosa com Chávez para saber o que está acontecendo de verdade."
O presidente venezuelano Hugo Chávez ameaçou retirar seu país do Mercosul se, num prazo de três meses, os Congressos do Brasil e Paraguai não referendarem o processo de adesão da Venezuela ao bloco.
A Venezuela assinou o protocolo de adesão do Mercosul para se tornar membro pleno. No entanto, a adesão só será completa com a aprovação dos congressos de todos os países do bloco, ou seja, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Os Legislativos de Argentina e Uruguai já aprovaram o pedido, mas a questão ainda está sendo analisada no Brasil e no Paraguai.
Chávez, também fez, nesta quarta-feira, declarações consideradas uma resposta ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, que, nos últimos dias, disse que seria positivo que o venezuelano tivesse um "gesto de simpatia" em relação ao Congresso brasileiro.
Agência Brasil