O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, comparou nesta segunda-feira a anexação da Crimeia pela Rússia com as ações expansionistas dos nazistas na década de 1930. Essa é a mais contundente declaração até agora de um alto funcionário do gabinete da chanceler Angela Merkel sobre as atitudes do presidente Vladimir Putin.
Schäuble disse que o argumento oficial de Putin de que a anexação ocorreu para proteger as minorias russas no território ucraniano se espelha a desculpa que Adolf Hitler usou para invadir a região dos Sudetos, na extinta Tchecoslováquia, em outubro de 1938.
"Esses são os métodos aplicados por Hitler para anexar os Sudetos", disse Schäuble em uma sessão de perguntas e repostas com alunos de uma escola que visitavam o seu gabinete. "Sabemos de tudo isso através da história."
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Schäuble disse também que uma eventual desestabilização política e econômica da Ucrânia poderia servir de pretexto para que a Rússia invada todo o território do país, em uma tentativa ostensiva de restaurar a ordem.
Um porta-voz do Ministério das Finanças alemão confirmou os comentários de Schäuble, mas informou que o ministro deixou claro que não estava "comparando a Rússia de qualquer forma com o Terceiro Reich".
Questionada sobre os comentário de Schäuble, a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, rejeitou qualquer comparação entre Putin e Hitler. "Eu considero o caso de anexação da Crimeia uma clara violação ao direito internacional", disse a premiê.
Os comentários de Schäuble se somam a declaração feita no início do mês por Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA, de que os argumentos de Putin são iguais aos utilizados pelos nazistas na década de 1930 para expandir o território alemão.