O inquérito oficial sobre o acidente com o ônibus espacial Columbia, divulgado nesta terça-feira, apontou a administração da Nasa (Agência Espacial americana) como responsável pela tragédia, tanto quanto pelos problemas técnicos que causaram a desintegração da nave e a morte de seus sete tripulantes.
Segundo o relatório da Comissão de Investigação do Acidente do Columbia (CAIB, sigla em inglês), o pedaço de espuma que se soltou no lançamento perfurou a camada protetora da nave, causando o superaquecimento que levou à sua desintegração durante a reentrada na atmosfera terrestre, no dia 1º de fevereiro.
O relatório da comissão destacou ''compromissos organizacionais'' e negligências gerenciais da Administração da Nasa, que não deu atenção aos alertas. ''Nós estamos convencidos de que as práticas gerenciais para supervisão do programa do ônibus espacial foram a causa do acidente assim como a espuma que atingiu a asa esquerda'', diz o relatório.
Segundo o documento, a pequena equipe, além das restrições orçamentárias e equipamento obsoleto também contribuíram para o desastre.
Apesar das críticas, a Caib informou que o programa de lançamento deve ser retomado assim que as novas recomendações de segurança sejam colocadas em prática.
A Caib ouviu engenheiros da Nasa, que expressaram sua preocupação com o perigo iminente em que estava o Columbia, o que foi ignorado pelos altos executivos.
Segundo a comissão, os gerentes responsáveis pelo lançamento ignoraram incidentes com pedaços de espuma que se soltaram em missões anteriores e a câmera de observação do lançamento do Columbia era inadequada.
O relatório informa que desta vez a asa esquerda do Columbia foi perfurada por um pedaço de espuma velha que se soltou durante a decolagem, em 16 de janeiro.
O buraco na asa permitiu que gases superaquecidos entrassem na asa da nave, que voltava à Terra. Os gases fizeram o Columbia se partir enquanto reentrava na atmosfera.
Momentos depois do lançamento do Columbia, alguns técnicos pediram que um satélite-espião inspecionasse a nave, após terem visto o fragmento de espuma atingir a asa esquerda do ônibus espacial em vídeos do lançamento. ''Houve três pedidos claros de melhores imagens que foram ignorados'', informa o relatório.