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Críticas

Obama mira republicanos com discurso agressivo

BBC Brasil
13 fev 2013 às 19:47

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Ao terminar o seu discurso no Congresso sobre o Estado da União, na noite de terça-feira, o presidente americano, Barack Obama, caminhou entre amigos e simpatizantes com sorriso amplo, entre apertos de mão e tapinhas nas costas. Mas durante o discurso, em que defendeu uma agenda inequivocadamente progressista, o presidente utilizou um tom muito diferente para "dar uma lição" aos adversários republicanos.

Primeiro, no campo econômico. A filosofia de Obama foi clara: só os investimentos e os gastos sociais são capazes de amparar a ascensão de uma classe média próspera. Foi um discurso detalhado, mas ao longo dele repetiu-se um coro simples: "Vamos fazer", "enviem-me uma lei", "eu a sancionarei", "votem".

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Quem esperou um tom mais conciliador na esteira do seu discurso de posse, claramente agressivo, ficou decepcionado.

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Apelo

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Obama lançou desafio após desafio aos seus oponentes. Advertiu que os cortes de gastos públicos programados para entrar em vigor a partir do próximo ano vão prejudicar a economia.


Pediu mais recursos para a educação pré-escolar, o ensino secundário e a qualificação de mão de obra. Anunciou um projeto de gastar US$ 70 bilhões (R$ 138 bilhões) na reconstrução de estradas e pontes. Pediu uma reforma tributária, a reforma das leis de imigração, o aumento do salário mínimo. E fez um apelo emocional pelo controle mais rigoroso das armas de fogo.

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Se o foco do discurso, como já vinha circulando, foi a economia, o momento mais emotivo foi o refrão de Obama pelas vítimas das armas de fogo: "Elas merecem um voto", disse o presidente. A plateia o escutava de pé; muitos, às lágrimas.


Ainda paira uma questão: o apoio do Partido Democrata, mesmo o apoio da maioria dos americanos, não garante os votos na Câmara dos Representantes (Deputados) necessários para aprovar essa agenda. O discurso de Obama certamente pode ter retratado o Congresso como o vilão caso os legisladores não tomem uma atitude, mas isso não garante a vitória das propostas do presidente.

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Efeito Rubio


Ao mesmo tempo, talvez o destaque não tenha sido a fala de Obama. O senador republicano Marco Rubio deu a resposta de seu partido ao discurso do presidente, surpreendentemente diferente de tudo o que tem sido dito de seu partido. Isso talvez seja uma medida do quão longe eles se afastaram daqueles que precisam atrair.

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Filho de imigrantes cubanos, Rubio disse que estava se posicionando não pelos ricos, mas por seus vizinhos, por imigrantes e aposentados que dependem de pensões do governo e do Medicare - o programa de saúde do governo para americanos com mais de 65 anos.


Rubio disse que nunca iria prejudicar o Medicare - que deu dignidade a seu pai, que morreu de câncer, e do qual sua mãe depende atualmente. A mensagem de Rubio em favor de um governo menor e de impostos mais baixos é familiar ao discurso republicano. Mas o tom, o cenário e o apelo aos menos privilegiados realmente se destacaram, por terem sido tão diferentes de tudo que o candidato republicano à Presidência, Mitt Romney, disse durante a campanha.

Esta talvez seja a esperança para Obama: que os republicanos que sentem a necessidade de reformas prestem atenção a alguns de seus apelos por votos para seus planos.


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