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Pais não devem 'condenar' filhos gays, diz Papa

27 ago 2018 às 16:17

O papa Francisco afirmou nesse domingo (26), durante sua viagem de retorno a Roma, que os pais não devem "condenar" filhos homossexuais.


A nova declaração progressista do líder da Igreja Católica sobre os gays chega após o Encontro Mundial das Famílias, realizado na Irlanda, país que legalizou recentemente o casamento entre pessoas do mesmo sexo.


"Se um filho revela sua homossexualidade aos pais, estes devem rezar, não condenar, devem dialogar, entender, dar espaço para que ele se exprima", declarou Pontífice.


"Nunca direi que o silêncio é um remédio. Você é meu filho, minha filha, como eu sou teu pai, tua mãe. Conversemos. Aquele filho tem direito a uma família e a não ser expulso", acrescentou.


No entanto, fez uma ressalva: "Em qual idade se manifesta essa inquietude do filho? É importante. Uma coisa é quando se manifesta na infância, quando há muitas coisas que se pode fazer, pela psiquiatria, para ver como são as coisas. Outra coisa é quando se manifesta após os 20 anos ou algo do tipo".


Na transcrição da entrevista, divulgada nesta segunda-feira (27), o Vaticano removeu a palavra "psiquiatria" - de acordo com um porta-voz citado pela "AFP", para "não alterar o pensamento do Papa". "Com essa palavra, ele não tinha a intenção de dizer que se tratava de uma doença psiquiátrica, mas que talvez fosse necessário ver como são as coisas em nível psicológico", acrescentou a fonte.


Apesar da polêmica, Francisco vem adotando uma postura mais progressista com homossexuais em relação a seus antecessores. Em maio passado, disse a frase "Deus te ama assim" a um gay vítima de pedofilia no Chile. Em outra ocasião, logo no início de seu Pontificado, surpreendeu o mundo ao afirmar "quem sou eu para julgar?" ao falar sobre homossexuais.

Recentemente, o Vaticano também usou pela primeira vez o termo "LGBT" em um documento oficial. A postura mais aberta em relação ao homossexuais rendeu a Jorge Bergoglio uma crescente oposição nas alas mais conservadoras da Igreja e até acusações de "heresia".


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