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Mais de 80 anos

Pesquisa mostra aumento da população de idosos

Heloísa Prado - Bonde
04 set 2006 às 18:26

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O rápido envelhecimento da população de mais de 80 anos e o maior número de mulheres idosas estão entre as conclusões do Diagnóstico do Envelhecimento no Brasil. O estudo, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, foi divulgado nesta segunda-feira (4) durante o seminário Projeto Pessoas Idosas, Dependência e Serviços Sociais.

De acordo com o professor de gerontologia da Universidade Católica de Brasília (UCB) Vicente Faleiros, que ajudou a elaborar o relatório, está havendo um crescimento maior da população com mais de 80 anos do que o conjunto geral de idosos. As doenças de caráter degenerativo (como Alzheimer e Parkinson) também estão predominando em relação às doenças de caráter infeccioso na população idosa.

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"Enquanto o conjunto dos idosos está aumentando em torno de 3,5% ao ano, os idosos com mais de 80 anos estão aumentando 4,7% ao ano. Então, já temos no Brasil hoje os idosos jovens, que são os idosos de 60 até 70 anos, os idosos medianamente idosos, de 70 a 80 anos, e os muito idosos", explicou o professor.

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O subsecretário de Promoção Humana da SEDH e presidente Nacional do Conselho do Idoso, Perly Cipriano, afirmou que o envelhecimento é um fenômeno mundial. Segundo ele, há hoje no mundo 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos.

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O Brasil tem 18 milhões de idosos nessa faixa etária, mas, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para 2020, a estimativa é de que 12% da população brasileira seja de idosos, cerca de 31 milhões de pessoas.


"Então, é preciso que a sociedade se prepare para esse fenômeno. As pessoas estão vivendo mais, mas precisam viver mais com qualidade de vida. Não basta viver mais, mas viver com qualidade de vida. É preciso preparar a sociedade desde o dia em que a pessoa nasce", disse Cipriano. Ele defende a criação de uma rede de atendimento ao idoso, onde se tenha desde a previdência, até saúde, esporte, lazer e cultura.


Os dados brasileiros farão parte de um plano de cooperação técnica proposto pela Organização Ibero-Americana de Seguridade Social (OISS) aos países que fazem parte do Cone Sul (Brasil, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai). O plano da OISS tem como objetivo final estruturar um observatório sobre o envelhecimento nesses países, um espaço para consultas e, ao mesmo tempo, uma central de informações sobre a terceira idade.

Após o recebimento do diagnóstico dos países do Cone Sul, o Projeto Pessoas Idosas, Dependência e Serviço Social fará a apresentação de um plano geral de ação, nos dias 21 e 22 deste mês, em Santiago (Chile). A inauguração do Observatório sobre o Envelhecimento será em dezembro, em Buenos Aires (Argentina).


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