O serviço dinamarquês de Segurança e Inteligência (PET) reconheceu hoje (17), em nota, que foi alertado sobre o risco de que o jovem Omar Abdel Hamid El Hussein, suposto autor dos atentados de Copenhague, tivesse adquirido tendências extremistas durante período em que ficou preso.
O Serviço Prisional Dinamarquês (Kriminalforsorgen) relatou ao PET, em setembro do ano passado, que o infrator de 22 anos apresentava indícios de atitudes extremistas enquanto cumpria pena de dois anos por esfaqueamento. El Hussein foi libertado duas semanas antes dos atentados do último sábado (14).
O chefe da inteligência dinamarquesa, Jens Madesen, confirmou, no domingo (15), que o jovem estava no radar da polícia. Mas, na nota, o PET afirma que "não tinha razão para acreditar que o infrator estava planejamento ataques". Políticos dinamarqueses do Venstre, partido liberal de esquerda, pediram uma investigação mais aprofundada para saber se a polícia e o serviço de inteligência poderiam ter evitado os atentados.
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Filho de palestinos, El Hussein nasceu em Copenhague. Ele foi morto no domingo pela polícia, após perseguição no distrito de Norrebro, a noroeste da capital.
Em entrevista hoje a uma agência internacional, o artista e cartunista sueco Lars Vilks, de 68 anos, disse que a polícia dinamarquesa subestimou o aumento da ameaça terrorista desde o ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, em janeiro. Ele declarou que a segurança do café, em Osterbro, onde aconteceu o evento Arte, Blasfêmia e Liberdade de Expressão não foi reforçada e que a polícia deveria estar mais bem armada.
Vilks, que já tinha sido ameaçado de morte várias vezes pela autoria de uma caricatura que retrata o profeta Maomé como um cachorro, participava do evento no momento em que o jovem entrou no café atirando contra os presentes. Ele tinha proteção de policiais que faziam sua guarda pessoal. O cineasta dinamarquês Finn Noorgard, de 55 anos, morreu na hora, e três policiais ficaram feridos.
Cerca de oito horas depois, novos tiros foram registrados em frente à principal sinagoga de Copenhague, em Krystalgade. O segurança da sinagoga, Dan Uzan, 37 anos, morreu, e dois policiais ficaram feridos.