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Pesquisa da OAB

População não conhece funcionamento do Poder Judiciário

Bonde, com informações do STJ
13 nov 2003 às 17:40

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O desconhecimento da população sobre o funcionamento do Poder Judiciário é um dos principais alertas apontado na pesquisa de opinião pública feita sob encomenda da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A avaliação é do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, após leitura do documento divulgado na última segunda-feira (10) pela OAB. Foram feitas 1,7 mil entrevistas entre os dias 10 e 26 de setembro em 16 capitais.

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O ministro Vidigal afirmou que é necessário o Judiciário se mostrar mais transparente como forma de desfazer a imagem que a sociedade tem da Justiça.

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Para o ministro, é errada a concepção de que o Judiciário, por exemplo, tem poder de polícia ou até mesmo administra o sistema penitenciário brasileiro. Estas atribuições são da competência da União e dos Estados.

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"A conclusão final desta pesquisa aponta a urgente necessidade de o Judiciário ampliar os espaços de transparência para que assim, com mais visibilidade, possa ter apoio mais amplo por parte da sociedade ao seu trabalho", disse o ministro Vidigal.


A pesquisa feita para a OAB traça um perfil crítico do Poder Judiciário. Do universo de entrevistados, 84% disseram que existem razões negativas a respeito do Judiciário. O principal motivo desta avaliação negativa, segundo o documento, é "por haver juízes envolvidos em escândalos, lavagem de dinheiro, corrupção e tráfico de drogas".

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A pesquisa constatou também de que as leis não são cumpridas pelo Poder Judiciário, Ministério público e advocacia e privilegia os ricos. O fator positivo, segundo os entrevistados, é que ainda se tentam aplicar e promover a justiça.


"Não se pode esquecer que muitos avaliam positiva, ou negativamente, segundo sua compreensão da função e suas atribuições legais. Como se viu, muitos estão errados e, portanto, o julgamento ficou prejudicado", diz o texto de avaliação da pesquisa preparado por Francisco José de Toledo, diretor geral da da Toledo & Associados, empresa responsável pela pesquisa.

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O ministro observa também que há desconhecimento, por parte do cidadão, sobre as diferenças de função entre advogados e promotor público. O vice-presidente do STJ ficou estarrecido com o resultado das entrevistas apontando que 50% dos pesquisados não sabiam a diferença entre estes dois profissionais.


O mesmo documento apontou que 57% das pessoas que responderam o questionário também desconheciam a diferença entre as funções de promotor público e juiz de Direito.

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39% dos entrevistados "não souberam dizer nada de concreto e correto" sobre a diferença de função de advogado e juiz de Direito. Porém, o resultado da pesquisa de opinião concluiu que a função mais importante para que a justiça seja feita é a do juiz (43%), seguido do advogado (22%) e do promotor (6%).


A pesquisa tratou de um outro tema polêmico: a vistoria dos advogados nos presídios brasileiros. Para 92% dos que responderam a esta questão, os advogados devem passar por revista quando forem visitar os clientes nas prisões. Houve também uma posição unânime quanto á defesa, por parte dos advogados, de criminosos confessos ou reincidentes.


O documento, composto de 110 quadros, ainda aponta que a Justiça no Brasil só é "existe para os ricos". Dos entrevistados, 74% apontaram que "a prisão só existe para pobres, pretos e prostitutas".

O documento tratou também da crença na Justiça brasileira. 47% acreditam (plenamente = 7% e em parte = 40%) e 41% desacreditam (em parte 24% e plenamente 17%)", diz o texto preparado pelo diretor da Toledo & Associados, Francisco José de Toledo.


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