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Sob suspeita

Produtos chineses enfrentam crise de credibilidade

BBC Brasil
07 jul 2007 às 14:56

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Os produtos "made in China" enfrentam uma crise de credibilidade após uma série de escândalos e da constatação de que quase um quinto (19,1%) dos produtos estão abaixo dos padrões de qualidade, segundo dados do próprio governo.

O levantamento divulgado esta semana pela Administração Estatal de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena (AESQIQ) verificou 7.200 itens de 6.362 empresas, com ênfase em alimentos, bens de consumo diário, maquinário agrícola e fertilizantes.

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O estudo revelou que quase 30% dos produtos provenientes de firmas pequenas estão abaixo dos padrões. Em linhas de produção de médio e grande porte, a porcentagem é de 15,8% e 6,9%, respectivamente.

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Entre dezembro de 2006 e maio de 2007, o órgão estatal investigou 23 mil casos de alimentos duvidosos e fechou 180 fábricas que utilizavam ingredientes impróprios para o consumo humano.

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Produtos no Brasil - "É muito provável que produtos de baixa qualidade produzidos na China como em outros países estejam sendo vendidos no mercado brasileiro, mas não dá para garantir que sejam em categorais de produtos em que a saúde da população possa ser afetada", acredita a consultora baseada em Xangai e especialista em controle de qualidade Mariza Suguiura.


Em janeiro deste ano a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização de 19 lotes de agulhas e lâminas da marca Med Needle, por não estarem de acordo com os padrões brasileiros. Os produtos eram fabricados na China pela empresa Jiangsu Xuyi K. Medical Corp.

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Em 2005, a Anvisa apreendeu botox genérico vendido sem licença sanitária. O produto Syntox (Butolinum Toxin Type ‘A’ for Therapy), era fabricado pela empresa chinesa Lanzhou Institute of Biological Products.


E num recente caso de pirataria que envolve questões sanitárias, chineses foram flagrados exportando carne para a Rússia e União Européia embalada como se fosse original do Brasil, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo.

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Ironicamente, o Brasil contesta na Organização Mundial do Comércio o embargo chinês sobre a carne brasileira.


Aumentar a polêmica - O governo chinês, apesar de se mostrar resistente em discutir abertamente o problema, tem mostrado disposição em combatê-lo.

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Nesta sexta-feira (06), a Justiça chinesa sentenciou à pena de morte comutável Cao Wenzhuang, ex-chefe do departamento de registros de remédios do órgão de Administração Estatal de Alimentos e Medicamentos (AEAM).


Ele é acusado de ter aceito mais de 2.4 milhões de yuans (R$ 600 mil) em propinas para aprovar licenças a remédios duvidosos. Cao tem o direito de recorrer da sentença, que pode ser comutável a prisão perpétua.

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No mês passado, o governo já havia condenado à morte o ex-chefe de Cao, o diretor da AEAM, Zheng Xiaoyu, também por aceitar 6.5 milhões de yuans (R$ 1,6 mihão) em subornos em troca da liberação de registros para remédios. Mas ao contrario de Cao, a pena de morte aplicada a Zheng não pode ser comutada por prisão perpétua.


Em Hong Kong, onde há uma grande circulação de alimentos e produtos vindos da China continental, há visões mistas sobre como lidar com esses produtos.


O secretário de Segurança Alimentar e Saúde de Hong Kong, York Chow, garantiu que não há razões para se duvidar dos controles de qualidade aplicados aos produtos chineses mas disse que "testes são realizados em alimentos vindos da China para garantir a qualidade".

Uma das maiores redes de supermercados da ilha implementou um sofisticado sistema de código de barras que rastreia a origem de cada vegetal vindo da China, aparentemente, para acalmar seus clientes. O anúncio publicitário da rede promete "tranqüilidade total" aos consumidores.


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