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No exterior

Prostitutas brasileiras são vítimas de tráfico humano

Heloísa Prado - Bonde
06 set 2006 às 19:48

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A prostituição é a terceira atividade ilícita mais lucrativa do mundo - Arquivo Folha
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Setenta mil brasileiras trabalham como prostitutas na América do Sul e em países como Espanha e Japão. A maioria delas é vítima de tráfico de seres humanos. Os dados fazem parte do relatório Situação da População Mundial 2006, divulgado nesta quarta feira (6) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Este ano, a publicação trata principalmente do tema mulheres e migração internacional.

O tráfico de seres humanos movimenta, mundialmente, entre US$ 17 bilhões e R$ 18 bilhões por ano, aponta o relatório. É a terceira atividade ilícita mais lucrativa, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas.

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Em todo o mundo, o número de vítimas, entre homens e mulheres, chega a 2,45 milhões. Desse total, 80% são mulheres e meninas. Entre 600 mil e 800 mil, são pessoas traficadas por fronteiras internacionais.

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A representante do UNFPA no Brasil, Tania Cooper Patriota, elogiou a iniciativa do governo de elaborar a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Segundo ela, a Organização das Nações Unidas (ONU) apóia a medida, cujas diretrizes que devem ser apresentadas ainda este mês.

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"A vantagem que essa política teria é a maior atenção à prevenção do tráfico e a sanções contra as pessoas envolvidas. Ela tem várias dimensões, e uma delas também é a visibilidade maior desses problemas e a sensibilização das comunidades em relação ao assunto".


Um dos problemas que vítimas de tráfico humano enfrentam é o fato de, muitas vezes, os aliciadores apreenderem os documentos das mulheres. "Isso as deixa sem ter como fugir e sem poder se identificar quando estão tentando fugir".


Por isso, acrescenta Patriota, é importante que os países de destino ofereçam serviços de assistência a essas vítimas, e que elas recebam informações sobre onde podem buscar abrigo e ajuda até serem repatriadas.

Outra dificuldade é que, no caso das trabalhadoras domésticas, as migrantes não são protegidas por leis trabalhistas. De acordo com o relatório, apenas 19 países têm leis em vigor que protegem essas trabalhadoras.


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