A polícia da Espanha prendeu nesta quinta-feira uma quadrilha que usava redes sociais de internet, como Facebook e Twitter, para atrair brasileiros que eram posteriormente obrigados a se prostituir.
Segundo a polícia, a quadrilha era formada por 18 brasileiros, 21 espanhóis e um dominicano e conseguiu atrair mais de cem brasileiros que viajaram para Barcelona atraídos por anúncios falsos de empregos como modelos ou no setor de hotelaria publicados nas redes sociais.
Chegando à Espanha, eles eram obrigados a se prostituir. A quadrilha aliciou homens e mulheres brasileiros.
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A operação da polícia contou com uma investigação que durou um ano e meio e teve início com a denúncia de seis vítimas em abril de 2009.
Estas vítimas teriam contado aos detetives que chegaram à Espanha enganadas e estavam sendo forçadas a se prostituir por meio de ameaças e "sistema de semiescravidão, já que não tinham como abandonar os prostíbulos, nem retornar ao Brasil", disse o porta-voz da polícia à BBC Brasil.
Os chefes da quadrilha seriam um brasileiro e um dominicano.
Dívida
Depois do contato pelas redes sociais, as vítimas recebiam as passagens aéreas para viajar do Brasil até Paris e, em seguida, da capital francesa até Barcelona. Além de um adiantamento para a primeira semana na Europa.
Estas despesas geravam uma dívida de 9 mil euros (cerca de R$ 20 mil) com a quadrilha, com a obrigação de ser paga com serviços sexuais em prostíbulos.
Segundo a polícia, a dívida nunca era saldada completamente, já que os brasileiros iam acumulando mais gastos por taxas de luz, telefone, televisão, hospedagem e multas por infringir as normas de comportamento impostas pela quadrilha.
Entre as ofertas colocadas nos falsos anúncios havia propostas para bailarinos, músicos de samba, modelos e arrumadeiras para hotéis de cinco estrelas de grandes cidades espanholas.
As detenções aconteceram nas cidades de Fontcoberta, Mont-Ras, Medinyà e Girona, todas próximas a Barcelona, onde funcionavam os prostíbulos da organização.
Todos os membros da quadrilha estão presos acusados de favorecimento da imigração ilegal, delitos contra os direitos dos trabalhadores, formação de quadrilha e indução à prostituição.
A Unidade contra as Redes de Imigração e Falsificação da Polícia Nacional da Espanha e a polícia de Barcelona informaram ainda que a Polícia Federal brasileira já foi informada sobre a operação.