Queimadas e desmatamento estão ocorrendo em todas regiões do Brasil, e não apenas nas fronteiras agrícolas.
A poluição do ar não é um problema restrito aos grandes centros urbanos brasileiros e a sua causa mais freqüente não são as indústrias ou os veículos automotores, mas, sim, as queimadas e as ruas e estradas sem pavimentação.
Estas são as principais conclusões do Suplemento de Meio Ambiente da MUNIC 2002. Trata-se do primeiro levantamento ambiental, em nível de municípios, realizado pelo IBGE.
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Os resultados do estudo mostram que 1.224 municípios (22% do total), incluindo o Distrito Federal, informaram a ocorrência de poluição do ar freqüente. Nos municípios que relataram o problema residia quase metade da população brasileira (85 milhões) e 54% deles estavam no Sudeste.
Entre os municípios que informaram a ocorrência de poluição do ar, as causas mais apontadas foram: queimadas (64%), vias não-pavimentadas (41%), atividade industrial (38%), atividade agropecuária - poeira, pulverização de agrotóxicos etc. (31%) e veículos (26%).
As queimadas são a causa de poluição do ar mais apontada em quase todas as regiões. A exceção é o Sul, onde o topo do ranking é ocupado pela agropecuária (53% dos municípios) e onde as queimadas ficam em segundo lugar, empatadas com as vias não-pavimentadas (43%), que também aparecem como a segunda causa no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. No Sudeste, essa posição é ocupada pela atividade industrial (45%).
Desmatamento ocorre em todas as regiões
O estudo aponta que queimadas e desmatamentos ocorrem em todas as regiões do País- e não apenas nas fronteiras agrícolas e o chamado Arco do Desmatamento -sofre os efeitos das queimadas e desmatamentos.
Assim, embora sejam mais freqüentes no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, as queimadas e desmatamentos são um problema generalizado.
Além desta constatação, através dos questionários respondidos pelas prefeituras dos 5.560 municípios existentes naquele ano, o IBGE descobriu que podem estar surgindo duas novas áreas de desmatamento da Floresta Amazônica - no norte do Pará- e do Cerrado - no oeste da Bahia ainda não detectadas pelos satélites.
Esgoto a céu aberto é o que mais prejudica a população
O Suplemento de Meio Ambiente identificou 1.159 municípios com taxas de mortalidade infantil acima de 40 óbitos por mil nascidos vivos (dados do Censo 2000). Neste conjunto de municípios, 584 apontaram alterações ambientais afetando as condições de vida.
A alteração mais freqüente foi a presença de esgoto a céu aberto (327) seguida por ocorrência de doença endêmica ou epidemia (304) e presença de vetor de doença (266).
Fonte: IBGE