Dez dias depois da prisão do líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), José Rainha Jr, 50 sem-terra acamparam em frente à penitenciária de Presidente Venceslau (620 km de São Paulo), considerada de segurança máxima, para protestar contra a prisão de Rainha.
José Rainha Jr. foi preso no último dia 11 pela quarta vez. Desta vez, o líder sem-terra é acusado de furto e formação de quadrilha durante a invasão da fazenda Santa Maria, em Teodoro Sampaio (672 km a oeste de São Paulo), em 2000.
Rainha passou 14 dias preso em 1994, sob acusação de co-autoria em dois homicídios durante um confronto entre sem-terra e seguranças de um fazenda no Espírito Santo, no município de Pedro Canário (272 km de Vitória).
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No ano passado, Rainha foi preso duas vezes. Na primeira, ele passou 23 dias detido na Cadeia Pública de Presidente Venceslau. Ele era acusado de porte ilegal de arma.
Em setembro no ano passado, Rainha foi preso acusado de formação de quadrilha.
Problemas - Rainha já teve diversos problemas com o juiz da comarca de Teodoro Sampaio, Atis de Araújo Oliveira, que decretou a sua prisão desta vez. O juiz é o mesmo que havia decretado a prisão de Rainha no ano passado.
Rainha foi preso em setembro do ano passado a partir de um mandado de busca domiciliar assinado pelo juiz Oliveira.
Em novembro de ano passado, quando o alvará de soltura de Rainha chegou ao Fórum de Teodoro Sampaio às 10h30, o juiz Oliveira só encaminhou o documento para Presidente Venceslau, onde o líder sem-terra estava preso, no final da tarde.
Oliveira se recusou a assinar o "ciente" no alvará para o advogado de Rainha, Hamilton Belotto Henriques, enviando fax para o fórum de Presidente Venceslau. A decisão do juiz fez com que o líder sem-terra só fosse libertado às 18h16.
Meses antes, Oliveira havia negado a revogação da prisão preventiva contra Rainha.
O juiz também transferiu Rainha de Teodoro Sampaio para o presídio da Polícia Civil em Presidente Venceslau. A defesa de Rainha, na época, disse que o juiz era parcial e tentava incriminá-lo e que a transferência era totalmente desnecessária.