Foi no comércio de roupas em uma boutique instalada em casa que Eugenia Consolin Poli encontrou sua grande vocação: a de negociante. Até os 85 anos de idade, vivia ativamente, cuidando da casa e aconselhando a família em transações para garantir negócios vantajosos.
Natural de Joaquim Távora (antigamente era denominada de Afonso Camargo), Eugenia veio para Londrina com 8 anos, pois seu pai veio trabalhar em Londrina. Casou-se com Milton Poli que, primeiramente, foi comerciante e, depois, representante comercial de grandes marcas. Milton trabalhou até uma enfermidade do coração impedi-lo de continuar na labuta.
Foi assim que Eugenia decidiu vender roupas, que trazia de São Paulo. Aprendeu a comprar "na cara e na coragem", indo à capital paulistana ora acompanhada de seu marido, ora sozinha, ora com a filha mais nova, a hoje enfermeira Lilian Mara Consolin Poli de Castro.
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Estudou até o ginásio, mas era implacável na matemática, o que se traduzia nos cálculos que fazia no comércio. Também sabia o que vendia, produtos de qualidade. "Até hoje, encontro pessoas que dizem ter roupas que compraram da minha mãe", conta Lilian. A boutique durou até meados dos anos 1990, período da chegada do primeiro grande shopping de Londrina.
Ela e o marido foram integrantes do 23° Quarteirão de Amigos, grupo que ajudava em obras assistenciais de Londrina e região. Devota de Nossa Senhora Aparecida, sempre rezava e divulgava a oração "Maria passa na frente".
Mesmo fora dos negócios, Eugenia permaneceu ativa. Gostava de teatro, de dançar e de ouvir músicas dos anos 1940 e 1950, mas, na coleção de discos de vinil, predominava o rei Roberto Carlos.
Eugenia e as filhas Lilian, Deize e Edneia
Também se tornou uma consultora informal da família, devido à habilidade na negociação. Pesquisava e opinava se a transação seria vantajosa ou não. Poucos dias antes de falecer, ela mesma ainda conseguiu melhorar o valor do aluguel de um imóvel da família, conversando com o inquilino. "No próprio velório de minha mãe o locatário mesmo me contou, em tom de elogio e admiração, quão bem ela havia argumentado dias antes, apontando motivos que foram suficientes para convencê-lo que o valor deveria mesmo ser reajustado, o que acabou sendo feito de comum acordo", conta Lilian.
Apesar do avanço da idade, cuidava ativamente de afazeres domésticos. Para Lilian, a mente da mãe não acompanhou o envelhecimento do corpo e suas consequentes limitações. "Cinco dias antes de seu falecimento, ela ainda fez doce de abóbora e me deu panos de prato que havia decorado", recorda.
Eugênia morreu em 29 de setembro, de septicemia. Deixa as filhas Lilian, Ednéia e Deize, genros, seis netos e seis bisnetos.
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