A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) discute, nesta segunda-feira (9), às 14h30, a superlotação do sistema carcerário e o desvio de função de policiais civis. A audiência pública, que ocorrerá no plenário da Casa, é promovida pela Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania e Segurança Pública, em parceria com o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol). A ação faz parte da campanha "Inferno Carcerário", lançada pelo Sinclapol nas redes sociais para chamar a atenção das autoridades e sociedade sobre a gravidade da superlotação.
O vereador Chico do Uberaba (PMN), presidente da comissão, afirmou que o evento será primordial para despertar o interesse sobre o tema. "Será uma ótima oportunidade para colocarmos as cartas na mesa, evidenciarmos os problemas e delegar as devidas responsabilidades. E a Câmara, a Casa de Leis, é a casa do povo, e se coloca totalmente à disposição nesse sentido", ressaltou.
Além dos sindicatos de classe, foram convidadas diversas autoridades, entre elas a secretária da Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, o procurador-geral da Justiça, Gilberto Giacóia, o delegado-geral da Polícia Civil, Riad Braga Farhat, além de outras lideranças das áreas de segurança pública e jurídica.
"Inferno Carcerário" - A audiência pública complementa a campanha "Inferno Carcerário", lançada pelo Sinclapol nas redes sociais com a intenção de chamar a atenção das autoridades, sociedade e da própria classe dos policiais civis sobre a gravidade da superlotação das carceragens das delegacias de polícia no Paraná.
"A audiência será uma excelente oportunidade para desnudarmos o problema, apresentar dados estatísticos e discutirmos soluções práticas", disse André Gutierrez, presidente do Sinclapol. "Hoje, os policiais atuam como verdadeiros porteiros desse 'Inferno Carcerário', agindo como babás de presos em pleno desvio de função profissional. Em vez de atuarem na investigação criminal, como lhes é atribuído na lei, ficam reféns das delegacias de polícia, zelando pela segurança de presos", complementou.
Segundo Gutierrez, esta situação, por conseguinte, coloca os policiais em risco eminente de doenças, rebeliões e resgates de detentos, bem como expõe a sociedade à criminalidade, "que não encontra resguardo e defesa porque os policiais estão nas delegacias no lugar de permanecerem nas ruas trabalhando", complementou.