As cerca de 160 famílias de trabalhadores rurais acampadas às margens da BR-277, na entrada de Foz do Iguaçu, foram notificadas nesta sexta-feira a deixar o local em até cinco dias. A Polícia Militar pode forçar a desocupação caso o prazo não seja respeitado pelos invasores, que prometem resistir.
A determinação de retirada foi dada pelo juiz da 4ª Vara Cível, Lourenço Cristóvão Chemin, que concedeu liminar de reintegração de posse à concessionária Rodovia das Cataratas S.A. Os acampados estão à beira da pista, na faixa de domínio que pertence à União, mas está cedida à empresa.
A notificação foi entregue aos líderes do movimento por um oficial de justiça, que estava acompanhado de soldados do 14º Batalhão da PM. Os coordenadores da ocupação prometem entrar com um recurso contra a decisão judicial. Caso não tenham sucesso, dizem que vão resistir a uma possível ação policial de desocupação.
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Os sem-terra, auto declarados fundadores e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MTR), admitem que a ocupação tem caráter político, com objetivo de forçar o governo federal ou estadual a conceder uma área para um assentamento onde possam cultivar a terra.
As primeiras 40 famílias chegaram à região em 27 dezembro e ficaram numa obra inacabada do governo do Estado, atrás do atual acampamento. Em pouco dias, eram mais de 100 até chegar às atuais 160 famílias.
O Centro Integrado de Mercadorias, Bens e Serviços do Mercosul (Cimbesul) - que tem concessão do Palácio do Iguaçu para administrar o imóvel - conseguiu uma liminar obrigando a desocupação até 23 de janeiro. Alguns dias antes de expirar o prazo, os acampados foram para o acostamento da rodovia, onde estão até hoje.