O IAT (Instituto Água e Terra) começou a encaminhar nesta terça-feira (27) para criadouros licenciados parte das espécies resgatas pela PCPR (Polícia Civil do Paraná) durante operação de combate ao tráfico de animais silvestres.
Quarenta animais, entre répteis e anfíbios, já foram alojados em instituições parceiras de diferentes cidades do Paraná. A ação de fiscalização ocorreu na segunda-feira (26) e desarticulou uma organização criminosa que agia em todo o país. Nove pessoas foram presas e 390 animais apreendidos.
A realocação dos animais ocorrerá durante toda semana. Aqueles que tiverem condições após exames veterinários serão devolvidos à natureza.
Leia mais:
Cataratas do Iguaçu têm vazão de sete milhões de litros de água por segundo
Polícia Civil deflagra operação contra tráfico de drogas no Noroeste do Paraná
Ademar Traiano antecipa votação e é eleito presidente da CCJ da Alep
Trechos de rodovias do Noroeste do Paraná estão totalmente bloqueados
“O IAT colaborou com a operação dando suporte ao manejo desses animais apreendidos, visto que muitos deles viviam em condições de maus-tratos. Agora, após avaliação física e comportamental, começamos a dar o melhor encaminhamento a cada um desses indivíduos”, destacou a médica veterinária do setor de Fauna do IAT, Tassia Mariane Merisio.
As investigações iniciaram em junho de 2023 para apurar o tráfico de animais silvestres e exóticos em todo o Brasil por aplicativos de mensagens e entrega pelos Correios e aplicativos de entrega de mercadorias.
No decorrer do caso, a PCPR apurou que os criminosos chefiavam 27 grupos de aplicativos de mensagens destinados exclusivamente ao tráfico dos animais, além de integrarem dezenas de outros grupos que continham mais de 20 mil membros em todo o território nacional, com conexões internacionais no Paraguai e Venezuela.
Para viabilizar o tráfico de animais, os anúncios eram realizados pelas redes sociais e aplicativos de mensagens, enquanto a entrega para todo o Brasil ocorria por aplicativos de transporte de passageiros e de cargas. O recebimento dos valores da atividade criminosa era por meio contas bancárias de laranjas, inclusive de pessoas que já morreram.
Entre os crimes investigados estão tráfico de animais, falsificação de documento público, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação ocorreu simultaneamente nas cidades de Curitiba, Araucária, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Matinhos, Colombo, Campina Grande do Sul, no Paraná, e em Joinville, em Santa Catarina.