O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) protocolou nesta quinta-feira a denúncia no Ministério Público sobre a existência de milícias armadas na região Norte Pioneiro do Paraná. O MST relata a prática de violência contra famílias acampadas e pede a punição de policiais que atuam em milícias.
Na pauta também a cobrança para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) faça a desapropriação da fazenda Itapema, no município de Jacarezinho, já considerada improdutiva pelo órgão.
Segundo Bernardino Camilo da Silva, do setor de Direitos Humanos do MST, policiais estão amedrontando cerca de 148 famílias acampadas há mais de um ano às margens de uma estrada rural, em frente a fazenda Itapema.
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"No final de junho os acampados reconheceram policiais que foram ao local e dispararam tiros à noite com o intuito de intimidar" – afirmou.
Ele dissse que já foi aberto processo para investigar a participação desses policiais mas eles continuam trabalhando normalmente. "Os sem-terra flagaram o soldado da Polícia Militar Maurício Andrade, filmando o acampamento" – denuncia.
Pelos cálculos das famílias acampadas, 13 policiais fazem parte de um grupo armado encarregador da segurança de fazendas da região. A Secretaria da Segurança Pública informou que já foi instaurado inquérito policial na delegacia de Jacarezinho para investigar a denúncia de suposta milícia formada por policiais militares.
Segundo nota da Sesp divulgada nesta sexta-feira, policiais militares não trabalham nas fazendas Itapema e Laranjal. "A princípio, o que há naquelas áreas é uma desavença entre os proprietários e o movimento que ocupa os locais".
A nota da Sesp enfatiza que o Governo do Paraná não é conivente com qualquer ação violenta contra os movimentos sociais. "A Comissão de Mediação de Conflitos Agrários trabalha incessantemente para evitar qualquer conflito no Paraná e para que as desocupações aconteçam pacificamente sempre".
Agência Brasil