Um grupo de 50 muçulmanos fez nesta sexta-feira um protesto em frente a uma mesquita no bairro Alto São Francisco, em Curitiba, contra a onda de violência desencadeada no Iraque, na quarta-feira de manhã, que deixou pelo menos 130 mortos no Iraque após a destruição da Mesquita Dourada de Samarra.
Antes participaram de um ritual dentro do templo, onde sunitas e xiitas fizeram questão de se misturar salientando a união das duas correntes do islamismo. ''Não se pode esquecer que o islamismo é uma religião de paz e justiça'', disse o xeque Alssid Charif Mahmoud Sayed, que mora no Líbano e está há 15 dias no Brasil. ''A convulsão em alguns lugares é feita por pessoas ignorantes, dirigidas por mãos invisíveis e externas.''
Os manifestantes traziam faixas condenando as charges desrespeitosas ao profeta Maomé, publicadas primeiramente por um jornal da Dinamarca, e a destruição de lugares sagrados em árabe gritavam frases como ''estamos unidos'' e ''estamos juntos''. De acordo com o xiita Hassan Bassam, a Al-Qaeda, de Osama bin Laden, e os Estados Unidos estão juntos instigando a desavença entre xiitas e sunitas. ''O interesse é dividir os dois povos'', afirmou.
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Segundo ele, o ''imperialismo'' está por trás do conflito. ''Tanto o profeta Maomé quanto Jesus Cristo estão isentos'', ressaltou. O xeque afirmou que não é impossível restabelecer a paz no Iraque. ''Se as pessoas lúcidas não deixarem que os ignorantes ajam é possível chegar à paz'', acentuou. ''O grande problema não está nos iraquianos, mas nos que invadiram e ocuparam o país até agora. Eles criaram desavenças.''
O presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, Jamil Ibrahim Iskandar, um dos organizadores do protesto, disse que a comunidade está muita apreensiva com os atos violentos que tomam conta do Iraque e com a destruição de templos sagrados. ''Nós estamos pedindo a paz'', afirma Iskandar.
Durante a manifestação, as principais críticas foram dirigidas aos países que ocupam o Iraque. Para Iskandar, a violência que tomou conta do Iraque nos últimos dias não é uma questão religiosa, mas uma situação provocada pela ocupação do país. Iskandar disse que a comunidade teme que esse situação termine em uma guerra civil.