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Tecnologia

Paraná tem condições de produzir o biodiesel

Redação - Folha de Londrina
10 jun 2003 às 17:17

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Com dois ingredientes básicos, a soja e o álcool de cana, o Paraná já pode começar a produzir o biodiesel, combustível alternativo capaz de reduzir em até um quarto a poluição do ar.

Além de ocupar a segunda posição nacional - 10 milhões de toneladas de soja/ano - e de ser um dos maiores produtores de álcool de cana - cerca de 13 milhões de litros/ano - o Estado conta ainda com o Centro de Referência em Biocombustíveis, o Cerbio, que funciona nas dependências do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), na Cidade Industrial de Curitiba.

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O Centro de Referência foi criado por meio de um convênio entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

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O diretor técnico do Tecpar, professor José Domingos Fontana, que também responde pela coordenação do Cerbio, é quem faz a previsão sobre o biodiesel. Segundo ele, a tecnologia usada para a produção do biodiesel, chamada de "transesterificação" é relativamente simples e consiste em "deslocar a glicerina dos óleos comestíveis como a soja, substituindo-a por etanol".

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Inclusive já existem no país algumas empresas habilitadas a produzir o combustível a partir do uso da soja (MT, SP e MG). Uma delas, a Ecomat-MT, tem suprido o Cerbio/Tecpar com um combustível que já está sendo testado na frota do transporte coletivo de Curitiba.


"A Cooperativa Agrícola de Campo Mourão (Coamo) já antecipou que está interessada numa planta de porte industrial para o biodiesel", informa Fontana. O próprio Cenpes-Petrobras, na Bahia e no Rio de Janeiro, já desenvolveu o biodiesel, mas neste caso a partir do óleo de mamona.

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No Paraná, as pesquisas em torno do biodiesel como único aditivo ao diesel, ou mesmo em combinação com o etanol, são feitas nos laboratórios do Cerbio e têm mostrado resultados positivos de acordo com o professor Fontana.


O mais recente deles é com a mistura de B-20 (diesel e biodiesel 80:20) num veículo Golf 1.9, que já rodou mais de vinte mil quilômetros sem necessidade de qualquer modificação mecânica prévia. Na cidade, sob a supervisão do técnico José Laurindo, do Tecpar, o veículo tem feito onze quilômetros por litro e quinze quilômetros por litro na estrada.

Em seminário a ser realizado ainda em junho pela Secretaria, além dos resultados já obtidos nos laboratórios do Cerbio, também serão debatidos os projetos de pesquisa em andamento no Estado, num esforço de integração entre o governo do Estado, as universidades e os institutos de pesquisa, da capital e do interior, informa o secretário Aldair Rizzi.


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