"Este é o momento de o anunciante tradicional investir na Web". E ouço: "Mas por quê, se as ações de tecnologia caíram, se há fusões, aquisições e até empresas sendo fechadas?" Interessante como muita gente não distingue a diferença entre o lado da demanda e o da oferta. A demanda não parou. Continuam os internautas a usarem a Web e a crescerem em número. O meio está aí para ficar. Do lado da oferta sim, há menos empresas, mas as que ficam têm situação mais realista, portanto mais sólida.
O desafio hoje é fazer o anunciante tradicional entender a mídia online, confiar nela, em seus resultados. A chegada da medição de audiência no Brasil, como em qualquer país, ajudou a profissionalizar o meio e a dar confiança ao anunciante. O problema é que, na seqüência, houve a crise da Nasdaq. Aqueles que ainda não tinham experimentado anunciar na Internet recuaram. Os que anunciaram sem muito plano nem dado, acharam motivos errados para explicar por que seus esforços não atingiram o alvo. Para complicar, como só a ponta do Iceberg dos relatórios pode chegar à mídia, muitos jornalistas pegaram alhos, compararam a bugalhos e fizeram matérias do tipo "sopa de números" (sem entender a fundo que os números dos institutos convergem e não divergem). Como resultado, a insegurança permanece. Vamos ver a seguir argumentos para anunciar online.
Hoje temos foco. Seu público alvo é de Homens 18 a 35 anos, classe AB, Belo Horizonte, São Paulo, Paraná e Rio? Medimos quais os sites têm a menor dispersão neste target, medimos que cobertura os sites têm deste público alvo. Medimos a freqüência de dias, número de minutos, profundidade de exposição esperada. Sabemos com qual freqüência uma campanha pode atingir light, medium e heavy users. Isso mesmo - igual ou melhor que em outras mídias.
Medição também dissipa mitos.
(1) O sexo não predomina, ao contrário, é uma pequena fração da Internet. São 33% das pessoas que vão a sites de sexo, mas estes sites só são usados 3,3% do tempo.
(2) Os Internautas consomem, e muito. É um público 90% AB, majoritariamente adulto, com hábitos de compra muito superiores, por exemplo, ao grupo que tem telefone em casa, mas não Internet.
(3) Internet serve para Branding sim. Só que os anunciantes a têm encarado mais como um meio imediatista e a avaliam majoritariamente com métricas de Marketing Direto (clicou, entrou, comprou).
Agora, se tudo isso não ajuda a convencer, a dinâmica do mercado tem que convencer. Vamos aos movimentos -
(1) O mercado on e offline viu uma redução importante das verbas publicitárias. Quem oferece uma relação custo benefício ótima, com eficiência? A Internet.
(2) Verba escassa mais crise da Nasdaq deixa anunciante online com o poder de barganha. Resultado, custos ainda mais baixos na Internet.
(3) Surgem diversas opções para se anunciar online. A remuneração pode adotar até fórmulas variáveis, por resultado (risco mínimo); há formatos novos antes inimagináveis (banners que viram formulários, intersticials, e mesmo o bom aplicativo de mensagens instantâneas pode ser meio).
Finalmente, como tantos estão cautelosos, os de melhor visao e confiança no meio digital têm não só as melhores negociações mas enfrentam menos clutter. Podem reinar relativamente sós. Bons negócios...
Angela Marsiaj - Diretora Geral Brasil da Jupiter Media Metrix