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Em Cascavel

Posto de saúde fica fechado por tempo indeterminado

Redação - Folha de Londrina
17 jul 2003 às 19:39

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A Unidade Básica de Saúde (UBS) do distrito de Rio do Salto permanecerá fechada por tempo indeterminado depois de sido depredada, na segunda-feira. Parentes e amigos, revoltados com a morte da dona de casa Helena Ramos Pires, de 27 anos, usaram pedras e pedaços de ferro para destruir vidros, portas, equipamentos e remédios.

A Polícia Militar efetuou a detenção de quatro pessoas: José Carlos Ramos e Sueli Aparecida Ramos, irmãos de Helena, Evanilda Maciel da Silva e Zenaide Gavin. Eles foram levados à 15ª Subdivisão Policial de Cascavel, sendo liberados após o pagamento de fiança.

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O prefeito de Cascavel, Edgar Bueno (PDT), abriu uma sindicância para apurar os fatos e afirmou que os custos já estão sendo levantados. ''Sentimos muito a perda, mas o que os familiares fizeram foi uma brutalidade contra um patrimônio público. Se eles possuírem bens, terão de repor as perdas da comunidade de Rio do Salto, que precisa de respeito.''

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No posto de saúde trabalhava uma equipe de 18 funcionários e cerca de quatro mil pessoas eram atendidas pela unidade, num raio de 15 quilômetros. ''A Prefeitura de Cascavel gasta em torno de R$ 30 mil por mês para administrar a UBS de Rio do Salto, mas toda a população da cidade acabará pagando para que posto seja reconstruído'', explicou.

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A prefeitura está esperando a divulgação dos resultados da autópsia de Helena para dar continuação às investigações e punir os funcionários da UBS, caso seja confirmada a negligência no atendimento.


A médica e a enfermeira-chefe do posto de saúde pediram transferência e o motorista da ambulância irá atuar em outra unidade. Os outros funcionários também não querem continuar a trabalhar em Rio do Salto, temendo futuras represálias.


Segundo relato de familiares, Helena começou a passar mal no sábado, mas só no domingo à tarde foi levada pela ambulância do município para o Posto de Atendimento Continuado (PAC). O motorista da ambulância, ainda de acordo com a família, não queria ficar esperando e teria pressionado a enfermeira para que a vítima fosse liberada. Helena foi levada à UBS na segunda-feira e, apesar da recomendação para que fosse transferida para o PAC, o motorista teria novamente se recusado a fazer o transporte. A dona de casa morreu à tarde.

A família mora na zona rural. Na quinta-feira, em entrevista à reportagem, o marido da vítima, Antônio Pires, disse que iria mover uma ação contra o município por perdas e danos, pois, terá de cuidar sozinho dos três filhos menores. ''Se minha mulher tivesse sido atendida com a devida atenção da equipe do posto de saúde, certamente não teria morrido'', afirmou.


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