Os 234 animais da Fazenda Pedra Preta, e as 143 cabeças da Fazenda Cesumar foram sacrificados nesta quarta-feira (08). Todo o gado supostamente contaminado com aftosa, segundo o Ministério da Agricultura, foi enterrado na vala de 70 metros de comprimento, seis de largura e quatro de profundidade. A operação, que começou por volta das nove horas, em Maringá, foi executada por três atiradores da Polícia Militar, que levaram, em média, três minutos para abater cada animal, que é atingido por um tiro certeiro. O sacrifício foi encerrado às 18h40.
Finalizado o abate, os técnicos da Secretaria da Agricultura se preparam para as próximas etapas. Na sexta-feira, serão sacrificados simultaneamente os 84 animais da Fazenda Flor do Café, em Bela Vista do Paraíso, e os 43 da Fazenda Santa Izabel, em Grandes Rios.
No final de semana (sábado e domingo), está previsto o abate das 1.795 cabeças de gado da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira. Os 1.903 animais da Fazenda Alto Alegre, e os 2.500 da Fazenda São Paulo, serão sacrificados na semana que vem, com data ainda a ser definida.
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No local, médicos-veterinários coletaram material para necropsia. No total foram necropsiados seis animais, sendo quatro da Fazenda Pedra Preta, e dois da Fazenda Cesumar. A médica-veterinária uruguaia, Rossana Allende, representante do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Pan-Aftosa), acompanhou os procedimentos. A pedido do vice-governador e Secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, ela foi designada pela entidade para acompanhar a coleta de material.
Também acompanham o sacrifício e a necropsia dos animais, o médico-virologista Amauri Alfieri, professor da Universidade Estadual de Londrina; o patologista Raimundo Tostes, da Cesumar; e outros médicos-veterinários designados pelo Ministério da Agricultura e pelos proprietários das fazendas. As vísceras serão encaminhadas para um Laboratório do Pan-Aftosa, no Rio de Janeiro.
A realização de necropsias e coleta de material de animais que estão sendo sacrificados foi autorizada na sexta-feira (03) pelo vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti.
O procedimento atende à solicitação feita pelos criadores durante a reunião entre eles, seus representantes legais, técnicos da Secretaria da Agricultura e do Ministério, realizada no dia 22 de fevereiro em Maringá, quando autorizaram o sacrifício dos animais.
Histórico - No dia 10 de outubro de 2005 o Paraná toma conhecimento da ocorrência de foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, e entra em alerta máximo, reforçando fiscalização nas barreiras.
A partir do momento em que a Secretaria da Agricultura foi comunicada pelo Ministério da Agricultura da existência de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado agiu com rapidez e transparência. "Desde o início, o governador Roberto Requião disse que se tivéssemos alguma suspeita jamais a colocaríamos em baixo do tapete. Não fizemos nada que não fosse uma atitude responsável. Sempre agimos com ética e respeito", afirmou na ocasião o vice-governador e secretário Pessuti.
No dia sete de dezembro de 2005, o Ministério da Agricultura anunciou um foco de febre aftosa, na Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira. Centenas de exames foram realizados, mas nenhum comprou a doença. Mesmo assim, o Ministério da Agricultura reconheceu o foco, alegando como justificativa a origem dos animais, Mato Grosso do Sul.
No dia 11 de janeiro de 2006, mesmo não concordando com a posição do Ministério da Agricultura em decretar o foco de aftosa no Paraná, 17 entidades que compõem o Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária – Conesa, decidem pelo sacrifício sanitário dos animais. O sacrifício não ocorreu nos dias subseqüentes em função de medida judicial interposto pelo produtor André Carioba.
No dia 20 de fevereiro, depois do relatório final sobre outras 2205 amostras coletadas nas demais propriedades sob suspeita de febre aftosa, o Ministério da Agricultura decide reconhecer outros focos da doença no Estado. Mesmo não encontrando a doença e nem isolando o vírus, o Ministério comunicou à OIE – Organização Internacional de Saúde Animal, que outras seis propriedades apresentavam focos da doença.
Os seis focos divulgados envolvem um rebanho de aproximadamente 4.500 animais, distribuídos entre os municípios de Loanda, Maringá, Bela Vista do Paraíso e Grandes Rios. Estes animais somam-se aos outros 1.795 animais, localizados no município de São Sebastião da Amoreira.
No dia 23 de fevereiro, os proprietários das fazendas apontadas pelo Ministério da Agricultura decidiram aceitar o sacrifício sanitário de seus animais, na esperança de que o impasse técnico criado no Estado em relação à aftosa fosse definitivamente solucionado.