Três tiros atingiram Emílio José Teixeira, integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, durante confronto com seguranças de uma fazenda próxima ao local onde estava acampado, na estrada entre Uniflor e Nova Esperança, na região de Paranavaí, no Noroeste do Paraná.
Durante a madrugada, Emílio foi levado para o HU de Maringá, onde permanece internado. Os tiros atingiram ainda barracos e árvores, além de um carro que acabava de chegar ao acampamento montado há quatro dias, na beira da estrada, entre duas fazendas.
Segundo integrantes do MST, os seguranças saíram do meio da lavoura de mandioca atirando contra o acampamento durante cinco minutos. A segurança na região foi reforçada pela Polícia Militar, que montou barreiras na estrada.
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Nesta sexta-feira, o comando da Polícia Militar pedirá mandado de busca e apreensão na região do confronto para tentar desarmar os dois lados. Segundo o coordenador da Comissão de Política Fundiária da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Tarcísio Barbosa, os seguranças reagiram a uma tentativa de invasão à propriedade. Já os sem-terra afirmam que estavam na rodovia do lado de fora da fazenda e não reagiram ao ataque dos seguranças da fazenda.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, afirmou que os conflitos já estão sendo investigados pela Polícia Federal, acrescentando que estes são problemas localizados. "Nossa expectativa é eliminar qualquer tipo de ação nesse sentido. Isso é intolerável", afirmou.
Segundo Rosseto, o governo federal não pretende aceitar a ampliação da violência no campo brasileiro. "Nós não vamos permitir que essas ações irresponsáveis, ilegais e localizadas se expandam", garantiu o ministro.
Para Rosseto, normalmente os crimes ocorridos no campo têm relação com o contrabando de armas. "E coibir esse tipo de manifestação é uma missão da Polícia Federal, articulada com os órgãos de segurança pública estaduais", acrescentou.