O enterro do menino Ythallo Raphael Tobias Rosa, 6, foi marcado por emoção na tarde desta quarta-feira (2) no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio de Janeiro. A suspeita é que a criança tenha morrido após comer um bombom envenenado.
Um primo de 12 anos da vítima afirma que uma mulher ofereceu o doce quando eles voltavam da escola. Ythallo teria dado um pedaço do bombom a um amigo de 7 anos, que está internado em estado grave.
"Acabaram com a vida dele. Por que, meu Deus? Levaram o nosso menino. Aproveitaram a fome dele para matar. Que mundo é este? Que vida é essa em que as nossas crianças não podem nem brincar em paz? Ela matou um anjo, o Ythallo só tinha 6 anos", gritou Michele Tobias, tia da criança, enquanto o corpo era enterrado.
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"Essa mulher matou uma criança de 6 anos. Até quando crianças de comunidade não vão poder brincar em paz na rua? Hoje foi a mãe do Ythallo, amanhã serão outras mães. Isso não é uma mulher, é um monstro. Quem matou o Ythallo? Pedimos ajuda a quem for preciso", disse Michele a jornalistas.
Ainda segundo a tia da criança, a abordagem ocorreu na rua Antonio Saraiva, que seria coberta por câmeras de monitoramento. A polícia analisa as imagens.
Parentes e amigos usavam camisa branca e levaram cartazes com a frase "Quem matou?".
Ythallo chegou à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Del Castilho (zona norte) na noite de segunda (30) com parada cardiorrespiratória. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a criança recebeu manobras de reanimação, mas não resistiu.
A equipe médica da unidade desconfiou de envenenamento, e a perícia encontrou grânulos marrons no estômago da vítima. A característica é compatível a chumbinho, mas exames ainda vão confirmar a informação.
Em depoimento, o primo de Ythallo contou que uma mulher, que estava em uma moto e usava capacete, parou ao lado das crianças quando elas retornavam da escola. Ela teria oferecido o doce, mas ele recusou. Já Ythallo aceitou o bombom e deu um pedaço do doce a outro amigo em troca de um pouco de açaí.
O amigo deu entrada na mesma UPA naquele mesmo dia. A Secretaria de Saúde disse que a criança foi atendida e transferida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, mas não detalhou quais seriam os sintomas apresentados. Ele está internado em estado grave.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital, que tenta confirmar a versão e identificar a suspeita.