Duas pessoas foram presas nesta terça-feira, em Curitiba, acusadas de pedofilia. Maycon Franco de Souza, de 24 anos, e Oclair Correa Gonçalves, 25, estavam com CDs contendo mais de 30 mil fotografias e vídeos com imagens de crianças e adolescentes mantendo relações sexuais. A polícia está investigando se essas fotos foram copiadas da internet ou produzidas no Litoral do Estado, conforme apontou uma perícia preliminar. O delegado da Delegacia de Crime Contra Administração Pública, Guaraci Joarez Abreu, que investiga o caso, confirmou que mais pessoas estão envolvidas no crime e já solicitou outros mandados de prisão preventiva.
Maycon de Souza se apresentou como garçon e Oclair Gonçalves disse ser motoboy, mas a polícia não encontrou nenhum registro de trabalho com eles. ''Pela quantidade de material apreendido os dois deveriam se dedicar exclusivamente ao trabalho envolvendo as fotos'', disse o delegado. A polícia descobriu o material por acaso. Os dois jovens foram indiciados o ano passado por falsificar programas de computador, Quando o material apreendido foi repassado para Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública, em janeiro deste ano, o delegado percebeu nomes de arquivos ''curiosos'' nos CDs e deu início à investigação.
No material, foram encontrados mais de 7,5 mil imagens de crianças e adolescentes, entre 2 e 15 anos. Ontem, amparado por um mandado de prisão expedido pela 9ª Vara Criminal, a polícia prendeu Souza em sua casa, onde encontrou mais de 20 mil fotografias. Oclair Gonçalves foi preso em Almirante Tamdandaré, na Região Metropolitana de Curitiba.
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Em seus depoimentos, os acusados contaram que as fotos eram comercializadas, com preço que variava de R$ 5,00 a R$ 25,00. ''Agora queremos identificar quem comprava essas fotos'', disse o delegado. Além dos CDs foi apreendida também uma agenda, com anotações de sites de pedofilia e telefones de pessoas que podem ser os possíveis compradores.
Depois de ter efetuado as prisões, o delegado disse ter recebido dois telefonemas anômimos acusando outras pessoas pelo mesmo crime. Ele investiga agora se os dois acusados podem fazer parte de uma rede de pedofilia no Estado, ou se é um caso isolado. Os dois vão permanecer presos por 30 dias. ''É o tempo necessário para levantarmos mais informações'', prevê Abreu.
Produzir ou divulgar fotos de crianças ou adolescentes praticando atos sexuais é crime previsto no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente, com pena prevista de 1 a 4 anos de reclusão.