O promotor Hideraldo José Real, do Ministério Público de Rolândia, entrou com recurso no final da semana passada para que Terezinha de Jesus Guinaia, avó de Eduarda Shigematsu, que tinha 11 anos e foi encontrada morta no final de abril nos fundos de uma casa que pertence ao seu pai, Ricardo Seidi, seja presa novamente. Sem explicar muito o motivo do pedido, o MP limitou-se a dizer que "a soltura gerou grande clamor e repercussão negativa na sociedade local".
Caso Eduarda: avó é solta, mas pai continua preso
Terezinha deixou o 3º Distrito Policial, no jardim Bandeirantes, zona oeste de Londrina, na última quinta-feira (27) após decisão do juiz criminal de Rolândia, Alberto José Ludovico. Em contrapartida, o magistrado ordenou que ela se apresente mensalmente no Fórum e não entre em contato com nenhuma testemunha do processo. A avó da garota morta foi denunciada por homicídio triplamente qualificado (asfixia, dificuldade de defesa da vítima e feminicídio), ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
São os mesmos crimes atribuídos a Ricardo Seidi, que continua preso. Durante interrogatório à Polícia Civil, ele confessou ter enterrado o corpo da filha, mas negou ter matado a adolescente. Para o juiz Ludovico, o rapaz "não é pessoa da melhor índole e, em liberdade, certamente produzirá alguma dificuldade para a correta aplicação da lei penal". Ele também é alvo de uma investigação, ainda em fase inicial, de suposta receptação em peças e veículos roubados ou furtados que seriam ocultados em uma chácara.
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O advogado Mauro Valdevino da Silva, que defende Terezinha, informou que não irá se pronunciar neste momento sobre a solicitação do Ministério Público.
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Mãe de Eduarda desabafa em dia de aniversário da filha
Relembrando o aniversário
Eduarda Shigematsu faria 12 anos na sexta-feira (28) passada. A mãe dela, Jéssica Pires, relembrou o aniversário da filha em uma postagem no Facebook e criticou a soltura da avó. "REVOLTA. Acho que essa seria a palavra mais correta a ser usada no momento. Indignação, aflição,nem sei quais termos usar nesse momento. Por um minuto achei que toda essa angústia poderia ser amenizada um pouco com a justiça caso ela fosse tomada de maneira certa. Você não vai poder ter uma nova chance filha, você tinha uma vida toda pela frente. Sonhos destruídos por PESSOAS a quais ninguém desconfiaria. Gente a qual você dava amor", escreveu.
"Hoje você não vai receber felicitações, não vai ter bolo, não vai ter abraços e nem festa, não vai poder fazer nada que você gostava, Mais tem uma pessoa que vai, ela vai poder comer o que ela quiser, vai poder comemorar a saída da prisão, vai poder dormir e acordar no dia seguinte", disse na rede social.