Uma rebelião no 11º Distrito Policial terminou com a transferência de 27 detentos para outras unidades prisionais e ferimentos generalizados em quatro presos feitos como reféns. O motim começou por volta das 5 horas da madrugada, quando os investigadores de plantão foram alertados para a agitação que ocorria nas celas.
Os plantonistas chamaram reforço da Polícia Militar antes da troca de turno e conseguiram frustar uma tentativa de fuga em massa. "Eles planejavam render os plantonistas e fugir do distrito no momento da troca de turno. Quando perceberam que a fuga havia sido frustrada, eles tomaram outros presos como reféns e começaram a exigir uma negociação", explicou o superintendente João Chandoha, lembrando a fuga de 101 presos ocorrida em dezembro de 1999 no mesmo distrito policial.
Os quatro presos tomados como reféns foram amarrados nas celas e levaram diversas estocadas com pedaços de ferro. Eles ficaram em poder dos outros detentos por mais de seis horas. "Foram os piores momentos de minha vida. Eles me agrediram muito e diziam que iriam me matar. Cheguei a pensar que iria mesmo morrer", afirmou o preso Albino Alves da Silva, de 39 anos, preso por furto.
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Os presos rebelados exigiam a transferência imediata de 28 detentos para o Sistema Peninteciário e telefones celulares. Eles chamaram o delegado Fauze Salmen, titular do 1º Distrito Policial, para intermediar a negociação. É que alguns presos participaram da rebelião ocorrida no início de julho no 3º Distrito Policial e que resultou na transferência dos detentos rebelados.
Salmen foi rápido e conseguiu em pouco tempo uma negociação satisfatória, transferindo 27 presos. Deste total, 20 foram para o Centro de Observação e Triagem (COT) da Prisão Provisória de Curitiba (PPC), três foram para a Divisão de Narcóticos (Dinarc) e outros três para o Centro de Triagem.
"O momento agora é de desabafo. Estamos cansados desta mesma situação de falta de espaço que está diretamente ligada ao crescimento do índice de criminalidade. Preso tem que ter dignidade. Chega disto. O governo precisa tomar uma atitude política e mudar rapidamente essa situação", declarou Salmen, reforçando que o 11º Distrito tinha 131 presos e capacidade para 44.
As nove celas da cadeia foram completamente destruídas. As grades que não foram serradas pelos presos, foram derrubadas. Os prejuízos ainda não foram avaliados pela Polícia Civil, mas existe a necessidade imediata de reforma da delegacia.
Leia mais em reportagem de Luciana Pombo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira