Na reportagem ''Meninos em Guerra'', indicada ao Prêmio Esso de Jornalismo (que teria seu resultado divulgado ontem à noite) e publicada pela Folha de Londrina em dezembro do ano passado, os jornalistas Rodrigo Grota, Lúcio Flávio Moura e Érika Pellegrino descreveram a realidade da participação de crianças e adolescentes no tráfico de drogas em Londrina.
Para isso, os repórteres percorreram alguns dos bairros mais pobres da cidade, conversaram com traficantes e expuseram um painel assustador do crime organizado. Um ano depois, esta realidade é ainda mais preocupante.
O Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciaadi) apurou recentemente, junto ao Instituto Médico Legal (IML), que 47 das 72 mortes de jovens entre 12 e 21 anos em Londrina este ano foram assassinatos. Os dados computam números até 22 de novembro - desde então, mais nove pessoas nesta faixa etária foram vítimas de homicídio, o que totaliza 56 mortes violentas, entre as 146 na cidade este ano.
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''Destas ocorrências, cerca de 90% estão ligadas ao tráfico'', afirma Márcio Filla, diretor do Ciaadi. Um levantamento da Polícia Militar (PM) aponta que até o dia 21 de novembro foram detidos 301 maiores de idade e 99 menores por tráfico ou posse de drogas na cidade, contra 74 prisões em 2001, tanto para menores quanto para maiores de 21 anos. Entretanto, o comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Rubens Guimarães, é cauteloso ao afirmar se o tráfico de entorpecentes na cidade está realmente crescendo vertiginosamente.