A eleição do PT foi colocada sob suspeita em Almirante Tamandaré, na região de Curitiba. O vereador Luiz Piva, que afirma ter sido impedido de votar, diz que havia cédulas marcadas previamente com o número da chapa Unidade na Luta, a única que disputou o comando do partido no município.
A denúncia abrange ainda o transporte irregular de eleitores, votos de dois filiados do PMDB e PST e de outros 26 petistas filiados há oito meses. Para participar do pleito, o partidário deve estar na legenda há pelo menos um ano da eleição.
O principal acusado por Piva é o presidente do PT de Almirante Tamandaré, Luiz Carlos Cunha. Segundo o vereador, Cunha teria preenchido cédulas com os números da chapa vencedora. Ele diz que vai requisitar ao diretório estadual um exame grafotécnico para comparar os algarismos registrados nas cédulas com a escrita de Cunha.
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A fraude teria sido constatada na única urna de votação. Segundo Piva, havia uma cédula xerocada entre as 67 que foram apuradas. O vereador afirma que o grupo de Cunha conseguiu apoderar-se de uma cédula original antes da votação começar. Ela foi usada para fazer uma reprodução.
O documento falso acabou sendo colocado na urna para garantir a troca com a cédula verdadeira. A original em branco teria sido repassada a outro eleitor que aguardava na fila. Assim, ao comparecer na cabine de votação, ele ficaria com duas cédulas. Uma era colocada na urna já preenchida em nome da chapa Unidade na Luta. A outra acabaria nas mãos do próximo a votar, estabelecendo o que Piva chama de "voto correntinha".
Desde julho, o vereador relata que tenta suspender o processo eleitoral em Almirante Tamandaré por causa de denúncias envolvendo filiados que não poderiam votar. "Já havia comunicado o diretório estadual, mas ninguém tomou providências. A impressão é de que não fizeram nada porque a maior parte do diretório é da Unidade na Luta. Vou apresentar recurso no estadual apenas para cumprir o rito e em seguida vamos apelar para a Justiça comum."
O vice-presidente estadual do PT, Márcio Pessati, diz que a comissão eleitoral só irá se pronunciar sobre as acusações de Piva depois de receber as denúncias. O prazo para contestar os resultados termina no dia 21 deste mês. O presidente do partido, André Vargas, diz que Piva "quer criar um cavalo de batalha". Ele diz que vai aguardar a formalização da denúncia "para ver se existem provas do que ele falou."
Vargas diz que Piva responde a processo na comissão de ética do partido por atrasar suas contribuições. O vereador diz que está em dia com suas mensalidades. Cunha foi procurado no local de trabalho e em casa, mas não foi localizado.