O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta quarta-feira (30) a empresários que, caso eleito, pretende reduzir o número de ministérios do governo federal pela metade já no primeiro dia de seu mandato. Hoje, a estrutura da administração federal conta com 39 pastas. Ele não adiantou, contudo, quais delas seriam "cortadas".
"Vários ministérios existem hoje para acomodar aliados políticos ou correntes dentro do próprio PT. O que eu vou estabelecer é a racionalidade do Estado brasileiro", alfinetou. O tucano falou que sua equipe baseou a proposta em um estudo de uma universidade norte-americana, segundo o qual o número ideal seria algo em torno de 21 a 23. "(Isso) não quer dizer que as políticas públicas adotadas deixem de ser importantes para o governo. Ao contrário, de forma desburocratizada, as ações poderão ter mais efetividade do que vêm tendo hoje".
O ex-governador de Minas Gerais propôs ainda reduzir em um terço a quantidade de cargos comissionado e adotar "a meritocracia" na administração pública. "Queremos onde for possível estabelecer o sistema de metas, que sirvam de estímulo à prestação de serviços de qualidade", discursou.
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Aécio Neves participou do "Diálogo da Indústria", promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o objetivo de debater as propostas dos presidenciáveis para o setor. Mais cedo, quem discursou foi o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). A presidente Dilma Rousseff (PT) é esperada às 15h30, para fechar o evento. Entre os temas destacados pela CNI durante o encontro estão a redução nas taxas de juros, o aperfeiçoamento da política de concessões em infraestrutura e até algumas medidas impopulares, como as alteração no cálculo de reajuste no salário mínimo. As questões foram elencadas em um documento com 42 estudos, distribuídos por dez áreas, que a entidade enviou dois dias antes aos candidatos.
Propostas
O tucano também falou que a retomada do crescimento da economia e a busca da competitividade serão tratados como "obsessões absolutas" em uma eventual gestão sua. Assim como Campos, ele afirmou que, se sair vitorioso em outubro, dará prioridade à reforma tributária. "O que eu quero oferecer ao Brasil é um ambiente de segurança jurídica, com a simplificação do nosso sistema tributário, focando na criação de um IVA (Imoosto sobre o Valor Acrescentado), a partir da diminuição do número de impostos diretos".
Questionado por jornalistas em coletiva após a sabatina, Aécio se recusou, porém, a responder se já utilizou aeroporto de Cláudio (MG), construído em um terreno que pertenceu ao seu tio-avô Mússio Guimarães Tolentino e ainda não homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "Todos os investimentos do meu governo que levaram à ligação de todas as cidades que não tinham asfalto, ligação de telecomunicação em cerca de 500 cidades e a aproximação do setor aeroviário foram feitas dentro da lei e com absoluto planejamento (...) Já dei as explicações que julgo pertinentes e estou aberto aqui a discutir a economia brasileira", esquivou-se.