Provável candidato do PSDB nas eleições presidenciais de outubro, o senador Aécio Neves (MG) afirmou nesta quinta-feira, 9, que vai trabalhar para tentar manter o apoio do PSB à chapa encabeçada pelos tucanos para a disputa pelo governo de Minas. O partido é presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que deve ser adversário de Aécio na corrida presidencial, e já indicou a intenção de lançar um nome para a sucessão mineira, Estado que tem o segundo maior colégio eleitoral do País e é o principal reduto eleitoral do tucano.
Em Minas, o PSB integra a base de apoio ao governo desde a primeira eleição do hoje senador para o Executivo estadual, em 2002, e, no ano passado, rachou com o PT para se coligar com o PSDB na reeleição do prefeito de Belo Horizonte, o socialista Marcio Lacerda. "O PSB governa conosco. No que depender da minha vontade, da minha ação, o PSB deverá continuar conosco e acho que há espaço para isso. Mas é uma decisão do PSB", declarou Aécio. "(O PSB) tem uma candidatura presidencial colocada, isso tem que ser respeitado, mas não acho que seja incompatível uma candidatura do PSDB com o apoio do PSB aqui", completou.
Segundo o tucano, que preside nacionalmente o PSDB, a legenda pode apoiar o candidato de campos na sucessão pernambucana. "Não é impossível que isso ocorra, independentemente de isso ser uma moeda de troca. São as circunstâncias locais. Há uma parcela em Pernambuco, comandada pelo ex-presidente nacional do partido Sérgio Guerra, que defende uma aproximação local", avaliou o senador. O diretório pernambucano do PSDB declarou adesão ao governo de Campos e, na semana passada, tucanos assumiram cargos no Executivo estadual. Nesta semana, o PSDB também saiu em defesa do governador após publicação de texto na página do PT no Facebook atacando o socialista.
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Candidaturas
Ontem, após participar de visita a obras viárias na região metropolitana de Belo Horizonte e de almoçar com o governador de Minas, o também tucano Antonio Anastasia, e o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), Aécio informou que até março o PSDB vai confirmar o nome do partido para a corrida presidencial. E alegou que sua participação na disputa é uma "possibilidade concreta". "Esperamos que até o fim de março possamos ter, oficiosamente que seja, a candidatura do PSDB colocada. Não vou negar que há uma especulação natural em torno do meu nome. Mas é especulação", salientou.
E adiantou que a formação da chapa será definida apenas em maio. "Essas coisas têm que ser decantadas com alguma naturalidade. Não tem pressa para essa definição. Pessoalmente estou evitando essa discussão agora. Não é produtiva", declarou, referindo-se ao interesse do Solidariedade de indicar o candidato a vice. "Sempre disse que um partido que se pressupõe social democrata tem que ter uma presença sindical expressiva. O Solidariedade traz isso", observou.
Mas outra "especulação" nos bastidores da política mineira, porém, já se tornou uma "discussão mais objetiva", de acordo com o senador: a saída de Anastasia do cargo para disputar uma vaga no Senado. "Estamos discutindo a permanência ou não do governador Anastasia até o fim do mandato. Não há uma definição tomada, mas há uma possibilidade concreta de afastamento do governador Anastasia no fim de março", disse, após o almoço. "Confirmando-se essa possibilidade, que eu diria que caminha para a maior probabilidade, o vice-governador assume o mandato", acrescentou. E ressaltou que há "consenso crescente" entre os aliados em Minas - 12 partidos integraram a coligação em torno da reeleição de Anastasia - "de que o candidato a governador deve ser do PSDB". O preferido do senador é o ex-ministro Pimenta da Veiga.