O secretário chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, admitiu que as negociações entre o Palácio Iguaçu e os deputados da situação, para recompor a base de sustentação na Assembléia Legislativa, envolveram cargos e liberação de recursos. Muitos deputados que se posicionavam contra a venda da Copel, mudaram o voto depois das negociações.
Alceni, no entanto, negou que houve "compra de votos" para garantir a privatização da Copel. "Isso não existe. É tão descabido que nem vou comentar".
O corregedor da Assembléia, Caíto Quintana (PMDB), disse que vai investigar as denúncias feitas pela imprensa nacional de que os deputados paranaenses estariam recebendo recursos para votar a favor da venda da estatal de energia.
Leia mais:
Reforma da Câmara Municipal de Londrina deverá ser entregue somente em 2025
Comissão da Câmara retoma projeto que prevê voto impresso e recontagem física
ONU aprova conferência para discutir criação de Estado palestino
Argentina anuncia reforma migratória que pode afetar brasileiros no país
Segundo Guerra, o governo se comprometeu com os deputados a pagar dívidas atrasadas junto aos municípios, recompor a capacidade de investimento do Estado e dar "maior participação" aos deputados - item que inclui o direito dos parlamentares indicarem nomes para cargos públicos.
O governo prometeu destinar mensalmente cerca de R$ 4 milhões para a conclusão de obras inacabadas no interior, além de investir, no próximo ano, R$ 200 milhões nos municípios. Só que para o Estado recuperar sua capacidade de investimento - explica o secretário - é necessário que antes seja capitalizado a ParanáPrevidência, o fundo de pensão dos servidores estaduais. E o fundo dependeria dos recursos que serão obtidos com a venda da Copel.
"Além disso, se deixar para vender a Copel mais tarde, a empresa não vai valer o que vale hoje", completou Guerra. O valor patrimonial da companhia de energia supera a marca dos R$ 4,5 bilhões.
Leia mais em reportagem de Maria Duarte, na Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado