O senador Alvaro Dias prometeu desestatizar a Companhia Paranaense de Energia (Copel) caso vença a eleição para o governo do Estado no próximo ano. Alvaro registrou o compromisso público no 6º tabelionato, em Curitiba. A justificativa do senador é que a venda da estatal vai trazer prejuízos incalculáveis para o Estado. O governo pretende leiloar a empresa no dia 31 de outubro.
Alvaro garantiu que sua decisão não tem motivação política nem ideológica e que está baseada em pareceres de especialistas jurídicos. "Temos argumentos sólidos para contestar no futuro a decisão do governo, porque o processo de venda pode ser anulado se for comprovado que o interesse público foi deixado de lado", disse.
Na sua opinião a permanência da Copel nas mãos do Estado é fundamental para uma política de atração de investimentos, principalmente no momento em que o País enfrenta dificuldades com o abastecimento de energia elétrica. A própria Copel, segundo ele, pode liderar uma holding de empresas do setor para atrair empréstimos no Brasil e no Exterior.
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Além do compromisso de reverter o processo de privatização, Alvaro afirmou que outras ações serão encaminhadas à Justiça para tentar barrar a venda da Copel. "Usaremos todas os instrumentos legais possíveis para impedir da privatização." E mandou um recado aos possíveis interessados: quem comprar a Copel deve estar preparado para enfrentar uma longa disputa nos tribunais nos próximos anos.
Ele também questionou o valor que vem sendo cogitado para a empresa. O preço mínimo ainda não foi definido, mas pode ficar em torno de R$ 8,5 bilhões. Alvaro garantiu que tem documentos comprovando que a empresa vale no mínimo R$ 22 bilhões. Ele não apresentou, entretanto, os documentos.
O chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, disse que a atitude do senador não interfere no processo de privatização da Copel e que a decisão do governador Jaime Lerner (PFL) de vender a estatal é uma imposição histórica. Alceni disse não acreditar que a promessa de Alvaro possa afugentar possíveis compradores. "A venda é a única saída que temos para resolver o problema previdenciário do funcionalismo público."