A chapa única - encabeçada pelo deputado Hermas Brandão (PTB) - não foi eleita por unanimidade: dos 54 deputados, 52 votaram a favor dos nove nomes relacionados e dois em branco. A posse está marcada para o dia 15 de fevereiro do ano que vem.
A mesa ficou assim composta: Hermas Brandão (PTB) na presidência, Elio Rusch (PFL) na primeira vice-presidência, Irineu Colombo (PT) na segunda vice, Augustinho Zucchi (PSDB) na terceira vice-presidência, Valdir Rossoni (PTB) como primeiro secretário, Antonio Anibelli (PMDB) ocupará a segunda secretaria, César Seleme (PPB) fica na terceira secretaria, Edno Guimarães (PSL) na quarta secretaria e Nelson Garcia (PFL) - a novidade - na quinta secretaria.
O nome do PFL (Rusch) foi escolhido na manhã desta terça-feira. Segundo o próprio Rusch, não houve necessidade de votação. "Chegamos a um entendimento. Prevaleceu o bom senso", disse o recém-eleito primeiro vice-presidente. Rusch admitiu que houve um apelo do governo, feito pelo secretário da Casa Civil, Alceni Guerra, para que o partido chegasse a um consenso.
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"O secretário foi fundamental para o entendimento, pedindo unidade no partido", afirmou Rusch. Alceni Guerra - que estava na mesa acompanhando o processo de votação - explicou seu papel nas negociações. "O governo não interferiu mas não foi indiferente. Acompanhou o processo e estimulou o acordo", resumiu.
Para Alceni, o Palácio Iguaçu sai fortalecido com a mesa formada por "consenso". Ele acrescentou que Rossoni "foi um extraordinário líder".
Minutos antes da sessão começar, a quinta secretaria (que seria do PST) virou motivo de briga entre os deputados. Uma nova chapa chegou a ser levantada, composta pelos mesmos nomes nos demais cargos, mudando apenas o quinto secretário. Serafina Carrilho (PL) queria o cargo, também disputado por Hidekazu Takayama (presidente do PST) e Nelson Garcia (que era um dos cinco nomes do PFL que disputavam a primeira vice).
Takayama, conforme pedido do diretório estadual do partido feito na segunda-feira, ocuparia o cargo. Mas seu único companheiro de partido, Divanir Braz Palma, líder da bancada, disse que ficou sabendo somente na noite de segunda-feira da decisão, quando voltou de viagem.
"Achei melhor que o partido abrisse mão do cargo e cedesse ao apelo do governo, que queria a quinta secretaria. "Eu preferia um acordo dentro do partido mas tivemos êxito", arrematou Braz Palma.
O deputado disse que ficou satisfeito com o fato do indicado para o cargo (Nelson Garcia) ser, assim como ele, representante da região Noroeste do Estado. Hermas explicou aos jornalistas que a falta de entendimento no PST motivou a retirada do partido da chapa. Hermas disse que havia prometido a vaga ao PFL.
Takayama resolveu afastar-se da queda-de-braço e subiu à tribuna, pouco antes do início da votação, para dizer que abria mão da quinta-secretaria. Ele afirmou que estava "contribuindo para a harmonia na Casa".
Valdir Rossoni, ao comentar as disputas pelos cargos, reafirmou que sua posição foi de apoiar o governo. "Pressões existem. Política é assim", resumiu.
Alceni Guerra disse que sugeriu três nomes para ocupar a liderança do governo, com a saída de Rossoni, que vai para a primeira secretaria. Segundo Guerra, os cotadados são Durval Amaral (PFL), Ribas Carli (PPB) e Ademar Traiano (PTB).
O Palácio Iguaçu teve que engolir Hermas - que trabalhou o ano todo por sua indicação - como presidente. Em 1998, o então secretário da Agricultura deixou o governo Lerner por conta de denúncias de desvio de recursos, que nunca foram comprovadas. Hermas Brandão disse que sua gestão pretende "reforçar a independência do Legislativo". Ao ser questionado se achava que a Casa teria demonstrado submissão ao governo, Hermas disse que não.
O novo presidente afirma que o Programa de Demissões Voluntárias da Casa continua e que pretende implantar um programa de Cargos e Salários para valorizar os funcionários mais antigos. O deputado reafirmou que a informatização da Assembléia também continua.