Curitiba - O presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), deve ler nesta quinta-feira, em plenário, os requerimentos de criação das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que serão instaladas na Casa. Só então será determinado quantas funcionarão simultaneamente. Até o final da tarde de quarta-feira, continuava o impasse sobre quais serão instaladas logo após o Carnaval.
O líder governista, Angelo Vanonhi (PT), defende a criação de três CPIs incialmente: Sercomtel/Copel, Banestado e pedágio. Outra ala de aliados do governador Roberto Requião (PMDB), porém, quer montar as cinco de uma vez só, abrindo investigações também sobre a Paranacidade e os Jogos Mundiais da Natureza. Um dos defensores mais fervorosos dessa tese é o primeiro-secretário da Casa, Nereu Moura (PMDB).
Vanhoni disse que está ''quase'' decidido quais CPIs serão abertas. A partir da leitura em plenário, nesta quinta-feira, começa a correr o prazo de 10 dias para que os partidos indiquem os membros para as CPIs. ''Fizemos uma reunião com os líderes dos partidos pela manhã, e depois conversamos com o Hermas. O anúncio será feito amanhã (no caso, quinta-feira).''
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Segundo o petista, as CPIs do pedágio, Banestado e Sercomtel/Copel poderiam funcinar durante 90 dias e depois abrir espaço para as outras duas. A opinião de Vanhoni tem o respaldo do chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, homem forte do governo Requião. O secretário defende as CPIs, mas está preocupado com o possível funcionamento, ao mesmo tempo, de cinco comissões.
''Há 54 deputados e cada CPI será composta por (pelo menos) sete membros. São, portanto, 35 parlamentares envolvidos. E não podemos esquecer da mesa executiva, que não pode participar de CPIs. Ou seja, teremos a maioria dos deputados envolvidos. O ideal seria que se fizesse duas ou três CPIs e, tendo-as terminado, se iniciasse as outras'', ponderou Quintana.
A posição do chefe da Casa Civil traduz o desejo do Palácio Iguaçu. O governo está preocupado com a ânsia de alguns deputados em criar cinco CPIs simultâneas. Por falta de apoio técnico, o resultado das comissões pode sair prejudicado, dando munição para críticas da oposição. O vice-governador e secretário de Estado da Agricultura, Orlando Pessuti, disse que, pessoalmente, defende a instalação das cinco comissões. De acordo com Pessuti, Requião não quer se envolver na decisão. Para Requião, cabe apenas ao Legislativo decidir quantas comissões vão funcionar.
O líder da oposição, Durval Amaral (PFL), disse que, por cerca de 90 dias, o bloco vai ''dar um tempo'' ao governo, e não fazer críticas.