A bancada de oposição na Assembléia Legislativa quer retomar o fôlego perdido depois da campanha contra a privatização da Copel no ano passado. Reunido nesta quarta-feira pela manhã, o bloco decidiu afinar o discurso com o objetivo de desestabilizar o governo. Fazem parte da bancada 23 deputados, do PT, PDT, PMDB e PPS, além de parte do PL.
O grupo avalia que cada deputado está atirando para um lado, criticando o governo em pontos diferentes, o que dilui o impacto das críticas. A meta agora é concentrar os ataques nos convênios que o Palácio Iguaçu tem firmado com os prefeitos do Interior, e no acerto com o Banco Itaú, em torno dos precatórios. A bancada planeja retomar as reuniões semanais toda segunda-feira após a sessão plenária. Os deputados correm contra o tempo porque não querem surpresas desagradáveis nas urnas.
''Pela nossa apatia ou indisciplina na Assembléia estamos permitindo que o governo respire, ganhe oxigênio'', avaliou o deputado José Maria Ferreira (PDT).
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O Palácio Iguaçu divulga que vai liberar R$ 90 milhões para os municípios. A oposição está bastante preocupada com o reflexo eleitoral dessa iniciativa.
''A oposição estava meio perdida, desmobilizada. Precisamos nos organizar, senão o governo avança. Temos que dar corpo aos pronunciamentos, mostrar as fraquezas do governo'', disse o líder do PMDB na Casa, Nereu Moura. ''Vamos unificar as ações políticas'', completou Caíto Quintana (PMDB).
Para José Maria Ferreira, a oposição precisa fiscalizar a liberação de dinheiro para os municípios. Com o objetivo de evitar desvios, ele defende a criação de um comitê para acompanhar o repasse de recursos. ''Vamos acionar o Ministério Público para que também acompanhe isso''. O pedetista afirmou que não quer que o dinheiro público acabe servindo como combustível para a campanha eleitoral.
O vice-líder governista, Ademar Traiano (PSDB), menosprezou a decisão da oposição. ''Acho que eles já esgotaram a munição, as reservas técnicas'', afirmou. ''Eles falaram o ano passado inteiro que o governo estava quebrado, o que não é verdade'', emendou.