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Balanço

Barbosa completa um ano de governo: 'quero ser cobrado'

Marco Feltrin e Loriane Comeli - Equipe Bonde
01 mai 2010 às 17:49

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- Luiz Jacobs/N.Com
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O prefeito Barbosa Neto (PDT) chegou à Prefeitura Municipal de Londrina por meio de um processo eleitoral extemporâneo e, por isso, neste Primeiro de Maio, completa um ano de um governo turbulento em busca de cumprir o que prometeu na campanha de "terceiro turno" contra o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB).

Mas, apesar de dizer que superou qualquer desentendimento político do passado, o prefeito fez críticas sutis à atuação dos deputados estaduais e federais de Londrina e cobrou maior efetividade no trabalho dos parlamentares. "Graças a Deus eu tenho as portas abertas no Governo Federal", afirmou em entrevista concedida ao Bonde na última quinta-feira (29).

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Nestes doze meses, Barbosa Neto tem procurado fazer um mandato popular, recebendo semanalmente a imprensa e fazendo atendimento direto aos munícipes, porém, tem sido criticado por tomar decisões sem discussão prévia com as pessoas afetadas e por descumprir o que prometeu em campanha, como não reajustar o valor do IPTU (o que não ocorreu por interferência da Câmara) e retirar os ambulantes da calçada da Rua Benjamin Constant, ao lado do Terminal Urbano, no centro de Londrina.

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Além disso, alguns problemas básicos que existiam em Londrina se perpetuam, como as ruas esburacadas e o mato que cresce em todas as regiões da cidade. Porém, para o prefeito, muitas críticas provêm de um imediatismo da população.

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Para tentar dar tranquilidade aos críticos e demonstrar que seu governo é eficiente, Barbosa Neto parte para a comparação com os prefeitos anteriores. "Nossos números são fantásticos. Só depois que a gente sair (terminar o mandato) ou quando a gente tiver oportunidade de comparar é que vamos poder incutir (essa eficiência) na opinião pública", elogiou-se.


Questionado sobre eventuais falhas que tenha cometido neste ano de governo, o prefeito não apontou qualquer erro. "Eu sou muito franco, muito direto e eu não "passo mão na cabeça". Então acredito que isto seja mais uma virtude do que um defeito".

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Na entrevista ao Bonde, Barbosa Neto também falou sobre a sucessão estadual, dizendo que o senador Osmar Dias (PDT) é a melhor opção para o norte do Paraná, já que há 20 anos Curitiba tem sido privilegiada com recursos do governo em detrimento do restante do estado.


O prefeito também disse ter feito as pazes com seu ex-aliado político, Antonio Belinati, com quem acabou se desentendendo logo no início do mandato. "Ele tem um perfil apaziguador, um jeito carismático", disse, referindo-se ao "maior líder popular que Londrina já teve", conforme suas próprias palavras.

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LEIA OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA:


Bonde: Como o senhor avalia seu primeiro ano de governo?
Barbosa Neto: Eu sou suspeito para falar, mas creio que os resultados que nossa equipe conseguiu foram maiores que os esperados. Temos ações sendo realizadas em todas as áreas e que realmente surpreendem, mas, às vezes, não têm a divulgação necessária. Temos que agradecer ao governo do presidente Lula, ao chefe de gabinete, Gilberto de Carvalho, ao ministro Paulo Bernardo. Em apenas um ano o governo federal destinou R$ 500 milhões para Londrina.

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Bonde: O que o senhor destaca como positivo?
Barbosa Neto: Bem, temos 13 escolas funcionando em regime integral, que atendem 4,5 mil criança; professor que chegou a ter 35% de aumento no salário; estamos distribuindo mais de 1 milhão de refeições por mês. Pode ter algum erro, mas temos poucos desajustes. Vamos falar de habitação. Nos últimos 8 anos foram construídas 4,5 mil casas e apartamentos em Londrina. Nós, neste primeiro anos, temos 4,2 mil unidades em processo de construção e 3,2 mil em fase de aprovação. Na área de segurança, já fizemos o concurso para a Guarda Municipal, enquanto teve prefeito que extinguiu a guarda, que disse que não dava para criá-la.


Bonde: O senhor tem sido alvo de várias críticas. Qual foi o seu ponto negativo?
Barbosa Neto: Eu sou muito franco, muito direto e o comportamento individual acaba sendo levado para a forma de administrar. Eu não transfiro brigas, eu não "passo mão na cabeça", eu não desvio do problema. Talvez a população esteja acostumada com outros estilos de prefeito. Os manuais da política dizem que o prefeito não pode falar "não". Tinha prefeito que nem "não" falava por nem era encontrado; outros que só apareciam dando notícias boas e "passando a mão na cabeça". Mas acho que o prefeito tem que dizer "sim" quando tem dinheiro e a lei permite e dizer "não" quando não podemos atender aos pedidos. Então acredito que isto seja mais uma virtude do que um defeito. Eu não tenho direito de pensar na minha reputação pessoal em detrimento dos problemas que estão aí se acumulando há tantos anos.

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Bonde:Não houve pontos negativos, então?
Barbosa Neto: As críticas partem das pessoas não gostam do nosso estilo, não votaram na gente, votaram e se decepcionaram. Isso é natural. Mas as pessoas querem também um imediatismo, que é impossível. Por exemplo: os buracos de rua. Em oito anos, o governo anterior fez recape em 498 mil metros quadrados; nós, em um ano, já alcançamos 522 mil metros quadrados. Nossos números são fantásticos. Só depois que a gente sair (terminar o mandato) ou quando a gente tiver oportunidade de comparar é que vamos poder incutir na própria opinião pública. Mas não to preocupado com a opinião pública. Estou preocupado em não sair daqui preso, em fazer aquilo que a minha consciência e a legislação permitem.


Bonde: O senhor se sente perseguido, excessivamente cobrado, excessivamente criticado?
Barbosa: O que há é um certo comodismo das pessoas em relação aos outros prefeitos. Nós temos uma presença muito forte em todas as ações, o que gera reações, isso é natural. Não estou aqui para agradar todo mundo, mas para tomar as decisões. Não governamos para ambulantes, permissionários de mercados municipais e proprietários de quiosques. Também pra eles, mas governamos para a maioria.

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Bonde:Qual a principal dificuldade que o senhor encontrou na prefeitura? Era o que o senhor imaginava?
Barbosa Neto: Eu imaginava que a prefeitura tivesse mais recursos, mais pessoas e principalmente mais equipamentos e maquinários. Nossa frota está totalmente sucateada, há poucos funcionários operacionais e temos que enfrentar essa dificuldade.


Bonde: O senhor foi um deputado estadual e federal crítico. Como é o cargo no Executivo?
Barbosa Neto: Quando se é deputado, você raramente encontra o eleitor. Mas um prefeito como eu, que abre semanalmente seu gabinete para atender as pessoas desde as 6 horas da manhã e tem um programa de rádio, sem censura, há bastante cobrança. Mas quero ser cobrado. Eu não me encastelei aqui. Quero uma administração transparente. (...) Ser legislador é uma coisa. Ser (chefe do) Executivo é outra.


Bonde: Como o senhor avalia o desempenho dos outros deputados estaduais e federais em termos de obter verbas para Londrina?
Barbosa Neto: Quem tem que avaliar são vocês, através dos números. Eu, quando deputado federal, coloquei R$ 8,5 milhões de emendas para Londrina. Hoje, graças a Deus, vou diretamente aos ministros. Vou a eles porque o governo federal mantém as portas abertas para a gente, mas eu preciso da ajuda dos deputados.


Bonde:Eles são atuantes?
Barbosa Neto: Acho que sim. Acho que eles têm uma presença forte, são deputados de destaque, no âmbito estadual e federal.


Bonde: O senhor não acha muito pouco o número de deputados eleitos por Londrina?
Barbosa Neto: Acho sim. Acho que poderíamos ter cinco ou seis deputados estaduais e sete ou oito federais.


Bonde: Depois de seu desentendimento público com o ex-prefeito Antonio Belinati, como está seu relacionamento com ele?
Barbosa Neto: Eu respeito o deputado Antonio Belinati. Ele foi, sem dúvida, o maior líder popular que Londrina já teve. Eu o apoiei. Ele me apoiou. Temos um relacionamento cordial. Mas há meses não converso com ele pessoalmente.


Bonde: Fizeram as pazes?
Barbosa Neto: Quem conhece o Belinati sabe que é impossível ele brigar com alguém. Ele tem um perfil apaziguador, um jeito carismático. Eu não briguei com ele, apenas estava na defesa do meu mandato.


Bonde: O que o senhor pensa para seu futuro político? Pretende disputar a reeleição para a prefeitura de Londrina?
Barbosa Neto: Em tese, filosoficamente, sou contra a reeleição. Fui deputado estadual uma única vez; fui deputado federal uma única vez. Mas ainda não parei para pensar nisso. Esse ano foi muito importante, deixamos a prefeitura do jeito que a gente queria para, a partir de agora, colher os resultados que buscamos. Minha pretensão é terminar meu mandato, é voltar a ser jornalista, voltar a ser um pai de família e um esposo mais presente.


Bonde: E em relação ao futuro político do Paraná, como é que o senhor está analisando a sucessão?
Barbosa Neto: Eu acredito que candidatura do Osmar Dias (senador do PDT) seja melhor para nossa região. Durante 20 anos, Curitiba e região metropolitana concentraram 74% dos recursos enquanto Londrina e o norte do Paraná ficaram com apenas 6%. Hoje, o município tem assumido diversos programas que são de responsabilidade do governo do estado. Londrina merece atenção maior. Perdemos em policiais militares, civis, em prestígio.

Bonde:Falta representação política?
Barbosa Neto: Quando fui deputado estadual eu cobrava e gritava todos os dias em defesa da nossa cidade. Acho que londrina precisa ter mais representantes que possam cobrar principalmente investimento em infraestrutura. Mas a gente precisa sim – eu não abro mão – da representatividade. Não só numérica, mas de apoio. Embora estejamos em véspera de eleição, não podemos prescindir dos nossos deputados estaduais e federais.


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