O vereador e ex-presidente da Câmara de Londrina, Orlando Bonilha, acusou o suplente dele nas eleições de 2000, Roberto Fú (atualmente vereador pelo PDT), de ter armado um complô e tentado vencer o pleito no "tapetão".
Bonilha foi condenado a foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão e pagamento de multa pela prática de crime eleitoral, durante a campanha às eleições de 2000. A sentença assinada dia 14 pelo juiz da 41ª Zona Eleitoral, Wellington Moura, também condena o comerciante e irmão de Bonilha, Jorge Proença, além do pedreiro Waldomiro Ferreira Ramalho, o ''Val''. A pena de reclusão será trocada pela prisão domiciliar e pagamento de multa.
A denúncia contra os acusados foi oferecida pela promotora Carla Moreto Maccarini e tem como base o artigo 299 do Código Eleitoral e o artigo 71 do Código Penal, que condenam a oferta de vantagem ao eleitor em troca de voto.
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Conforme a ação, durante a campanha eleitoral de 2000, Proença, então coordenador da campanha de Bonilha, contratou Val para trabalhar nas eleições. O pedreiro arrebanhou sete pessoas, oferecendo R$ 20 para que trabalhassem para Bonilha no dia das eleições, ''de modo a influir na vontade do eleitor'', diz a denúncia. Os contratados também teriam de votar em Bonilha, pois foram obrigados a fornecer números de título, zona e seção eleitoral.
De acordo com inquérito da Polícia Federal (PF) anexado ao processo, em 2 de outubro daquele ano, Val procurou um comerciante do ramo de materiais para construção, propondo comissão de 10% para troca de um cheque no valor de R$ 2.850,00. Segundo depoimento do comerciante à PF, Val alegou que o dinheiro seria destinado ao pagamento de cabos eleitorais. Cópia do cheque está anexada ao processo.
A multa imposta a Bonilha se refere a 44 dias de multa (cada dia corresponde a metade do salário mínimo da época). Proença e Val foram condenados a 2 anos e 11 meses de prisão, além de 44 dias de multa (ao valor de um trinta avos do mínimo por dia).
Em entrevista à Rádio Paiquerê AM, Bonilha disse que as denúncias são infundadas e irá recorrer da decisão no Tribunal de Justiça.
Outro lado
Roberto Fú afirmou estranhar as declarações e defendeu-se dizendo que não teve o nome citado na ação. Ele acrescentou ainda que se não fossem os supostos sete votos vendidos para beneficiar Bonilha ele teria vencido as eleições.
Com informações de Lino Ramos - Especial para a Folha de Londrina