O presidente do instituto de pesquisas Brasmarket, Ronald Kuntz, confirmou nesta quinta-feira aos promotores do Ministério Público (MP) de São Paulo que sua empresa prestou serviços ao comitê do PFL durante a campanha à reeleição do prefeito de Curitiba, Cassio Taniguchi. Kuntz foi ouvido a pedido dos promotores do MP paranaense, que queriam explicações sobre uma verba de R$ 104 mil paga ao Brasmarket e que não foi declarada na prestação de contas oficial do PFL à Justiça Eleitoral.
Segundo Kuntz, o Brasmarket teria sido contratado para realizar pesquisas eleitorais a um custo total de R$ 170 mil. Ele afirmou que recebeu apenas metade deste valor, em duas parcelas de R$ 42 mil, pagas em setembro. Um pagamento extra de R$ 20 mil em fevereiro deste ano também teria sido confirmado pelo gerente comercial da Brasmarket, Arthur Alvares Cruz Neto.
Kuntz afirmou ainda que os pagamentos foram realizados por meio do ex-secretário estadual de Comunicação Social, David Campos, e do coordenador da campanha de Cassio, Mário Lopes Filho. Kuntz disse que os pagamentos foram realizados em dinheiro vivo, e garantiu ter notas fiscais que comprovam a transação.
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Campos confirmou ter trabalhado na campanha, mas negou ter intermediado a negociação. "Desconheço a contratação desta empresa. Meu trabalho restringia-se à parte de comunicação da campanha, e eu não lidava com a parte financeira", explicou o ex-secretário. Ele disse que vai solicitar ao MP cópia do depoimento de Kuntz e que pretende processá-lo por calúnia e difamação.
Leia mais em reportagem de Rodrigo Sais, na edição da Folha desta sexta-feira