A Câmara Municipal de Londrina aprovou projeto de lei enviado pelo Executivo que batiza o Restaurante Popular de "Leonel Brizola".
Nem o fato de Brizola ser fundador do PDT, partido do atual prefeito Barbosa Neto, impediu a aprovação do projeto, que teve 16 votos favoráveis. O único que votou contra a homenagem foi o vereador Joel Garcia (PP) sob a justificativa de que o político não tinha ligações com Londrina. Além dele, Jacks Dias (PT) se absteve.
Os outros vereadores da oposição elogiaram a trajetória política de Brizola e recordaram a luta do pedetista contra a ditadura militar.
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A vereadora Sandra Graça (PP) defendeu as homenagens por causa da "pessoa", independente da posição partidária. "Antes de políticos, nós somos seres humanos", ressaltou. O discurso da vereadora teve o apoio de Ivo de Bassi (PTB). Segundo ele, a rejeição ao projeto poderia até magoar familiares de Brizola.
O vereador Antenor Ribeiro (PSC) votou a favor do projeto, mas disse que a homenagem pode "não pegar" em Londrina, já que o local será conhecido como Restaurante Popular.
Pintura do prédio
As cores escolhidas para a pintura do Restaurante Popular de Londrina podem ser contestadas por causa da semelhança com as cores do partido do prefeitura Barbosa Neto, o PDT. O local está sendo construído ao lado do Terminal Urbano, no Centro de Londrina, e será pintado de branco, azul e vermelho.
Segundo o procurador da República, Luiz Antônio Ximenes Cibin, se ficar comprovado a intenção do prefeito, a pintura do prédio público pode gerar em infração eleitoral ou até em prática de improbidade administrativa. "Se ficar comprovado que aquelas cores foram escolhidas em decorrência da preferência política e partidária do gestor público, pode acarretar em uma infração de ordem eleitoral, como a prática de improbidade administrativa por promoção pessoal", declarou Cibin em entrevista à rádio CBN Londrina.
Mesmo se Barbosa Neto não for candidato à reeleição no pleito de outubro, a prefeitura pode responder se ficar comprovado a infração eleitoral. "Se a escolha se deu por conta do partido que ele faz parte, independente de candidato ou não", justificou o procurador da República.
O Ministério Público Federal também iniciou processo de investigação para acompanhar a elaboração dos projetos básico e executivo, construção e obtenção de equipamentos para o Restaurante Popular em Londrina.