A reunião realizada na manhã desta terça-feira entre diretores da Sercomtel Celular e o grupo de estudos sobre a viabilidade da telefônica, na Câmara de Vereadores, deve acelerar para ainda este ano um eventual debate de projeto de lei que defenda a venda da empresa. Na sessão, à tarde, integrantes da comissão do Legislativo afirmaram que vão já nos próximos dias solicitar do prefeito Nedson Micheleti (PT) um posicionamento final sobre o assunto, em função da tendência de prejuízo que alegam ter recebido dos funcionários durante a reunião.
Em Plenário, o relator do grupo, Jamil Janene (PMDB), usou o púlpito para apresentar dados que representariam queda na participação da Sercomtel Celular no mercado londrinense desde 2001, ano do plebiscito que impediu a privatização. Naquele ano, afirmou, com base em dados fornecidos pelos diretores, eram 57 mil assinantes da móvel, lucro superior a R$ 2,6 milhões e 60% da demanda da cidade. Conforme Jamil, são 78 mil assinantes este ano, mas previsão de R$ 4,5 milhões de prejuízo. Favorável à venda da Celular já no início dos trabalhos da comissão, o peemedebista reforçou: ''A empresa precisa de pelo menos R$ 40 milhões de investimento, pois a Fixa não terá condições de salvar a Celular da concorrência''.
O presidente do grupo, Sidney de Souza (PTB), adotou discurso semelhante. ''A reunião confirmou que é uma situação lamentável; não temos como a Celular superar a concorrência'', afirmou, para completar: ''Não visualizo outra solução que não a venda. O petebista admite que o encaminhamento de projeto pela venda da Celular - medida que Nedson tem dito que só adotaria em caso de sinalização positiva dos vereadores - independe de o grupo de estudos concluir o trabalho. ''São coisas distintas, pois a decisão dele seria mais para nos esclarecer''.
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Presente à reunião juntamente com os cinco diretores da Celular mais o presidente, Gabriel Campos, o vice-presidente da Sercomtel, Oscar Bordin, alegou que a decisão de venda depende exclusivamente dos dois acionistas, e não de quem esteve presente ontem na Câmara. ''A questão, simples, é: ou os acionistas investem na empresa, fazem aporte de capital, ou tem que ser vendida. A Câmara agora tem os números de que precisava, e a decisão tem de ser fria, sem sentimentos, em cima de dados'', poderou.
Conforme o vice, na semana que vem será levado à Copel um planejamento estratégico que prevê o panorama geral da empresa do ano que vem até 2012. ''Acredito que esse levantamento vai respaldar a decisão do Governo do Estado sobre o que fazer com a Celular'', concluiu.
Folha de Londrina