Principal personagem da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as relações de agentes públicos e privados com esquema de jogos ilegais, o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, será ouvido no Senado na terça-feira (15). A oitiva está marcada para as 14h, e será realizada na sala 02 da Ala Nilo Coelho, onde o bicheiro chegará escoltado pela Polícia Legislativa do Senado, depois de ser conduzido à Casa por policiais federais desde o presídio da Papuda.
O empresário, acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012. A operação apreendeu 22 veículos, dinheiro, armas e joias com integrantes da organização que explorava máquinas caça-níqueis e jogos de azar no Centro-Oeste. Vinte e oito pessoas foram presas. Conversas monitoradas pela PF revelaram uma extensa rede de influência comandada pelo bicheiro, que se associou a agentes públicos e privados, segundo relatório encaminhado ao Ministério Público. O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) é um dos políticos que aparecem em diálogos com Cachoeira gravados pela polícia.
No início da semana, o advogado do bicheiro, Márcio Thomaz Bastos, avisou ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que se até o dia do depoimento eles não tiverem acesso aos documentos protegidos por segredo de Justiça em poder da comissão, o empresário poderá ficar em silêncio na audiência.
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Monte Carlo
Na quinta-feira (17), será a vez dos depoimentos dos procuradores da República Daniel de Rezende Salgado e Léa Batista de Oliveira, responsáveis pela investigação que revelou as conexões de Cachoeira com políticos e empresários, a partir da Operação Monte Carlo. Os dois procuradores seriam ouvidos em reunião secreta pela comissão na última quinta-feira (10), mas a oitiva foi adiada depois do depoimento de quase dez horas do delegado da PF Matheus Mella Rodrigues, responsável pela operação.
Antes da reunião com os procuradores, senadores e deputados ainda votarão os requerimentos para as próximas ações da CPI. Entre as convocações a serem discutidas está a do governador de Goias, Marconi Perillo. Tornou-se mais forte a cobrança pela presença do governador na CPI depois que o delegado Matheus Mella Rodrigues, segundo relato de parlamentares, apontou indícios de envolvimento de Perillo com Cachoeira.
Os depoimentos à CPI tiveram início na última terça-feira (8), com o delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques de Souza. Ele confirmou o envolvimento de parlamentares com a organização criminosa comandada por Cachoeira. Marques de Souza foi responsável pela investigação da operação Vegas, realizada antes da Operação Monte Carlo, que culminou com a prisão do empresário.