O prefeito reeleito de Curitiba, Cassio Taniguchi (PFL), é a favor da privatização no setor energético. "Mas o processo tem que ser transparente, atendendo às normais legais", condiciona. Cassio defende que os governos - seja municipal, estadual ou a União - precisam garantir os serviços básicos: saúde, educação e segurança.
"Já os setores que forem passíveis de privatização, sou favorável". O prefeito afirma que o consumidor precisa ter os serviços garantidos e não pode ser prejudicado depois da venda de uma empresa estatal.
Sendo favorável à privatização de empresas de energia elétrica, o prefeito apóia o governo estadual, que pretende levar a Companhia Paranaense de Energia (Copel) a leilão entre outubro e novembro deste ano. Cassio faz parte do grupo político do governador Jaime Lerner (PFL). No entanto, durante a campanha, em outubro do ano passado, Lerner praticamente não se envolveu na reeleição do prefeito.
Leia mais:
Cotada para a Saúde, superintendente do HU entra na equipe de transição em Londrina
Belinati defende licitação para compra de uniformes e diz que a 'bola está com o TCE'
Moraes autoriza transferência para Brasília de general e tenente-coronel presos por trama golpista
Núcleo empresarial de Londrina defende recursos para o Teatro Municipal
A imagem de Cassio - que teve vitória apertada em relação ao petista Ângelo Vanhoni - não ficou diretamente vinculada a do governador. O prefeito não entrou no mérito da questão da Copel e não comentou os percalços políticos em torno da privatização da companhia de energia.
O secretário-chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, admite que a venda da Copel traz desgaste político ao governo, mas é uma necessidade.
A Copel é hoje o tema mais palpitante no cenário político estadual. A bancada de oposição na Assembléia Legislativa quer revogar a Lei 12.355/98, que autoriza o Estado a vender a companhia de energia, enquanto o governo utiliza todas as armas que possui para manter o processo de privatização nos trilhos. A última cartada da oposição foi retirar da pauta de discussões os projetos que revogam a lei, temendo que fossem derrubados em plenário. A base governista, pelo menos por enquanto, parece estar quase recomposta. A sociedade civil organizada está mobilizada, e promete esquentar as discussões em torno do assunto.