A comissão especial criada para analisar os processos de impeachment do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, na Câmara Distrital acaba de aprovar por unanimidade o relatório do deputado Chico Leite (PT). Ele responsabiliza Arruda por três crimes de responsabilidade: atuando contra o livre exercício dos poderes, contra a probidade na administração pública e contra o legal emprego do dinheiro público.
Os cinco parlamentares que formam o grupo – Chcio Leite, Cristiano Araújo (PTB), Paulo Roriz (DEM), Batista das Cooperativas (PRP) e José Antonio Reguffe (PDT) – decidiram aceitar o pedido.
"Tive receio de que o parecer fosse político, mas quero parabenizar porque foi um parecer jurídico", ressaltou Paulo Roriz. O deputado Chico Leite, encarregado do texto, é promotor de Justiça.
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O documento será votado em plenário na terça-feira (2), quando deverá ser aprovado por maioria simples, 14 deputados. Em seguida, o governador licenciado será notificado e terá 20 dias úteis para apresentar sua defesa. Depois desse prazo, outro relatório será feito, com base na defesa de Arruda, e será votado em plenário. Se aprovado, Arruda é afastado por 120 dias e o processo de impeachment será julgado por um tribunal formado por cinco deputados distritais e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do DF.
Nas 22 páginas do relatório, Chico Leite detalha as denúncias contra Arruda. "Se do cidadão comum exige-se que respeite a coisa pública, que evite atos que violem direitos alheios, imagine o que deveria ser exigido de um governador de unidade da Federação."
Gravações mostram Antônio Bento da Silva entregando R$ 200 mil ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra. O dinheiro seria uma tentativa de suborno para que Sombra prestasse depoimento favorável à Arruda na Polícia Federal.
O jornalista ainda teria recebido um bilhete de Arruda, entregue pelo deputado distrital Geraldo Naves (DEM). O secretário de comunicação do GDF, Wellington Moraes, também estaria envolvido nas negociações. Os três estão no presídio da Papuda, em Brasília.