Na tentativa de contornar a queda de braço entre as bancadas de situação e oposição na Assembléia Legislativa, o presidente Hermas Brandão (PTB) pretende costurar um acordo para votar os dois projetos que revogam a Lei 12.355/98 (que autoriza o Executivo a vender a Copel) depois da Semana Santa. A intenção é colocar a matéria - que a princípio seria votada no próximo dia 9 - na pauta do dia 17 deste mês.
O bloco de oposição quer mais um mês para obter apoio dos deputados e da população, enquanto a ordem expressa do Palácio Iguaçu é votar os projetos a toque de caixa. A liderança do governo dá como certo o apoio de 28 deputados (mínimo necessário para manter a autorização). A oposição, capitaneada por Waldyr Pugliesi (PMDB), corre contra o tempo para solidificar apoio e, apesar de contabilizar perdas, também aposta que conseguirá a maioria.
O líder do governo, Durval Amaral (PFL), estava confiante ontem, graças à reunião de terça-feira à noite no Palácio Iguaçu que, segundo fontes ligadas ao governo, avançou e converteu opiniões de aliados rebeldes. O governador Jaime Lerner (PFL) considera que a Copel é o "divisor de águas". Quem não votar com o governo, será extirpado da base de sustentação e estará sujeito a retaliações. O líder do PMDB, Nereu Moura, sinalizou que a oposição pode aceitar a data. "O dia 17 já é menos ruim". Amaral vai pedir hoje regime de urgência na tramitação dos projetos.
Leia mais:
'Tenham orgulho da sua cidade', afirma Tiago Amaral, prefeito eleito de Londrina
‘Londrina é uma cidade impressionante’, diz prefeito Marcelo Belinati
Lula evoluiu bem à cirurgia, está estável e conversa normalmente, dizem médicos
'Presidente encontra-se bem', diz boletim médico após cirurgia de Lula
Ontem, o Fórum Popular de Entidades Contra a Venda da Copel, que reúne 75 entidades, inaugurou o placar de deputados que serão contra, a favor ou estão indecisos em relação à venda. Entretanto, o painel - que estará presente nas 100 principais cidades do Estado - estará preenchido apenas no sábado. Segundo a organização do Fórum, 25 deputados já se manifestaram contra. O coordenador do Fórum, Nelton Friedrich, disse que o objetivo é pressionar o governo a não vender a estatal e divulgar por todo o Estado a posição dos 54 deputados.